Vínculos entre locutores e ouvintes aumentam durante a pandemia
Com o agravamento da pandemia e a campanha “Fique em Casa”, o ouvinte encontrou no locutor do rádio um amigo que possa ouvir e conversar diariamente
Foto: Lucas Selvati
Segundo o levantamento da Radio in the Year of COVID, que faz parte da pesquisa Techsurvey 2021, realizada pela Jacobs Media, nos Estados Unidos, durante a pandemia, o rádio desempenhou um importante papel no emocional dos ouvintes e nas mudanças comportamentais da audiência. No levantamento, o motivo, segundo os ouvintes, para acompanhar o conteúdo da emissora foi a presença do locutor na programação da rádio.
De acordo com o radialista da Central de Rádio e Notícias (CRN) de Itatiba, Márcio Dalcin, o rádio passou a ganhar novos ouvintes e justamente um tipo de ouvinte com mais carência afetiva, que são aqueles que saiam de casa todos os dias para conversar com amigos ou realizar diversas atividades. E com o agravamento da pandemia e a campanha “Fique em Casa”, o ouvinte encontrou no locutor do rádio um amigo que possa ouvir e conversar diariamente.
“O rádio tem essa magia de proporcionar para a população a interação ao vivo, através das reclamações e elogios ou ligações que os ouvintes fazem para desejar apenas um bom dia. Falo diariamente a partir das 10h, entro nos lares de milhares de itatibenses sem pedir licença e sou muito bem recebido. O meu programa abre espaço para que os ouvintes participem ao vivo, por meio dos telefones ou do WhatsApp da CRN”, afirma o locutor sobre o contato com os ouvintes.
O aposentado, Anderson Ricardo Furlan, ouvinte da CRN há mais de 20 anos, diz que com a pandemia passou a ouvir mais rádio do que antes. Ainda, comenta que a interage com a rádio através do telefone e mensagens. Já a estudante, Andreza Eliana Morais de Lima, de 22 anos, ouvinte da rádio CRN desde pequena, diz que a frequência que costuma escutar rádio também aumentou com a pandemia, e que interage com a emissora pedindo músicas no WhatsApp e curtindo as publicações da página do Facebook.
O levantamento ainda revelou que as rádios despertam um sentimento de proximidade com o ouvinte, e que a sensação local do rádio é uma dos principais motivos e vantagens dessa aproximação. O radialista acredita que em rádios do interior, principalmente, as rádios AM, a presença e a interação do locutor com o público sé muito importante para essa sensação de proximidade. “ Eu, por exemplo, antes de cada programa sempre seleciono quatro músicas para tocar, porém são raras às vezes que consigo, pois, a maior parte do tempo fico interagindo com ouvintes”, afirma o radialista.