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Por Cristian

Vereadora diz que principais metas são segurança da mulher e auxílio à comunidade LGBTQIA+

Luciana Bernardo afirmou, ainda, que foi eleita para representar a população itatibense e não para ser de oposição ou situação

Por Cristian

Foto: Rodrigo Birai

Da Redação

Eleita com 646 votos, a vereadora Luciana Bernardo (PDT) assumirá em 2021 uma cadeira na Câmara Municipal de Itatiba pela primeira vez. Em entrevista ao JI, ela disse irá trabalhar junto ao prefeito e autoridades estaduais para a destinação de um prédio específico para o atendimento às mulheres vítimas de violência e abuso. A vereadora também destacou ações voltadas à comunidade LGBTQIA+. “Quero me tornar aliada da causa e estar sempre próxima para buscar políticas públicas de acolhimento e auxílio aos LGBTs em situação de vulnerabilidade”.

Luciana disse, ainda, que foi eleita para representar a população itatibense e não para ser de oposição ou situação. Segundo ela, “o PDT tem um Plano de Desenvolvimento Nacional e não compactua com algumas políticas do PSDB (partido do futuro prefeito, Thomás Capeletto), porém sou uma pessoa de projetos, se o projeto for bom, vai ter meu apoio; se não for bom, não terá meu apoio. Não fui eleita para ser oposição ou situação, fui eleita para representar a população, meu partido é o povo”.

Apresentação: nome, idade, estado civil, formação educacional, religião, escolas que estudou, profissão, onde trabalha, onde nasceu.

Luciana Bernardo, 43 anos, casada, formada em administração de empresas pela Universidade São Francisco, em Itatiba, como bolsista 100%. Sou católica, nasci em Itatiba-SP, na Fazenda Paraíso, onde meus pais trabalharam por muito tempo. Tenho muito orgulho por ter me alfabetizado na escola rural e ter vivido essa vida no campo, que era muito feliz e, ao mesmo tempo, cheia de dificuldades, que superamos com muito estudo e força de vontade. Continuei meus estudos nas escolas Basílio Consoline e Professora Ivony de Camargo Salles.

 Por que se candidatou a vereadora? Foi a primeira vez? Achava que seria eleita?

“Desde pequena, entendi a importância da educação na vida das pessoas. Foi por meio da educação que consegui mudar a minha realidade e continuar caminhando em busca de uma vida e de uma cidade melhor. Depois de formada, trabalhei como servidora pública por 18 anos e o interesse pela política foi aumentando. No Brasil, um País tão desigual, viver já é um ato político. Principalmente os mais pobres, como eu, precisam lutar desde o início da vida pelo direito básico à educação, por exemplo. Então, em 2016, recebi um convite para me candidatar a vereadora em Itatiba, participei para entender como funciona o processo. Foi quando decidi me preparar por alguns anos para depois me candidatar novamente. Fiz diversos cursos de formação política, estudei muito para saber como posso ajudar a nossa cidade sendo vereadora. Foi assim que entrei nessa última campanha, preparada e com muita vontade de estar na Câmara. Nossa vitória refletiu a nossa campanha, que foi simples, limpa e honesta, sempre junto da população”.

A que partido está filiada? Já mudou de legenda? Acha que o número de votos foi o que esperava?      

“Já fui filiada a outros partidos e agora estou filiada ao PDT. É muito difícil mensurar quantos votos teríamos, mas entramos na disputa com muita seriedade, convicção e planejamento para conquistarmos uma cadeira na Câmara. Percorremos todos os bairros da cidade e fizemos o possível para que as pessoas conhecessem e se identificassem com o nosso projeto. Quero ser a vereadora de todos aqueles que, como eu, passaram ou passam por dificuldades e precisam de representação na Câmara. Mandato não é campanha, agora, já que a população me confiou esse cargo, quero trabalhar não apenas para as pessoas, mas com as pessoas”.

Participa ou já participou de alguma entidade assistencial?

“Já desenvolvi diversos trabalhos sociais, mas o que gostaria de destacar é o Projeto LEI Tura, a Lei que muda o mundo. Esse projeto foi criado por mim há mais de três anos. Com ele, tive a possibilidade de visitar muitos bairros da cidade; além disso, estamos nas feiras de quinta e domingo com a nossa barraca. A base do projeto é a doação e tenho orgulho em dizer que ele formou uma corrente do bem. Hoje já recebemos mais de nove mil livros e levamos o amor para a leitura a mais de 15 bairros da cidade (estamos estudando novas possibilidades e a expansão desse projeto). Mais de 3,5 mil pessoas já receberam um livro gratuitamente. Isso é muito gratificante. Muitas vezes as pessoas não têm acesso a um livro e, quando olham um título, se apaixonam e levam para a sua casa. Acredito que a leitura é o começo da transformação na vida das pessoas”.

O que acha da participação da mulher na política itatibense e nacional? Acha que poderiam ser eleitas mais candidatas do sexo feminino à Câmara Municipal?

“Itatiba conta com muitas mulheres fortes e politizadas. Muitas mulheres atuantes no terceiro setor que desenvolvem um trabalho importantíssimo para a cidade. Não há dúvidas de que a participação feminina deva aumentar na política itatibense; infelizmente, tínhamos quatro representantes na Câmara e esse número caiu para duas. Na política nacional, a mudança está mais evidente, o que deve refletir por aqui nas próximas eleições. Acredito que a escolha do voto, seja para eleger um homem ou uma mulher, deva ser rigorosa. Levando em consideração o preparo, o comprometimento com a verdade e com os ideais comunitários. Porém, a representatividade faz muita diferença, por isso, pretendo ajudar mais mulheres e representantes de minorias da nossa cidade a ocuparem lugares de poder na nossa política, destacando a importância da formação política”.

Qual será sua meta principal na defesa de interesses dos itatibenses? Saúde, Educação, Segurança Habitação, Meio Ambiente ou o quê?

“Além de manter e expandir o Projeto LEI Tura, levando esse trabalho para mais bairros, minhas principais metas estão na Defesa e Segurança da Mulher. Vou trabalhar junto ao prefeito e autoridades estaduais para a destinação de um prédio específico para o atendimento às mulheres vítimas de violência e abuso. Durante a campanha, conversamos com muitas pessoas e acabamos percebendo necessidades que não conhecíamos. Por exemplo, infelizmente, em Itatiba, muitas pessoas não têm voz ou representação na Câmara, como a comunidade LGBTQIA+. Quero me tornar aliada da causa e estar sempre próxima para buscar políticas públicas de acolhimento e auxílio aos LGBTs em situação de vulnerabilidade. As mulheres trans, que estão conosco na luta feminista, também precisam de atenção e ajuda. Além disso, acredito que o vereador precisa estar em contato com o terceiro setor e entidades representativas das minorias, sempre disposto a ouvir e buscar soluções. Para atender ao maior número de pessoas, desde o início, propus um mandato participativo. Quero diminuir esse abismo existente entre a população e a Câmara, trazendo a população para o centro dos debates e decisões”.

Sendo eleita por um partido que é de oposição ao prefeito eleito, como pretende agir na Câmara Municipal?

“O PDT tem um Plano de Desenvolvimento Nacional e não compactua com algumas políticas do PSDB, porém sou uma pessoa de projetos, se o projeto foi bom vai ter meu apoio, se não for bom não terá meu apoio. Não fui eleita para ser oposição ou situação, fui eleita para representar a população, meu partido é o povo”.

Pretende concorrer à presidência da Câmara? Já foi procurada por algum candidato para dar apoio?

“Não pretendo e não fui procurada por ninguém para essa negociação”.

Uma mensagem aos eleitores de Itatiba.

“Em primeiro lugar, quero agradecer a todos que me apoiaram e acreditaram no nosso projeto. Conto com a participação de vocês no nosso mandato. Também acho importante deixar como mensagem que é possível sair de uma situação de vulnerabilidade e ocupar um lugar de poder que possa fazer diferença na vida de pessoas. Gostaria que as meninas e os meninos que hoje estão lutando pela sua educação e outros direitos básicos entendessem que já estão participando da política, se movimentando para buscar melhorias na sociedade. Essa é a única maneira de mudar as coisas. O poder está em nossas mãos, nas mãos do povo. Nós escolhemos nossos representantes e precisamos ocupar esses espaços. Estaremos juntos nessa caminhada”.

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