Variação de novos casos e mortes é negativa no Departamento Regional de Saúde de Campinas
Campinas continua sendo a cidade com maior índice de mortalidade da região
Foto: Lucas Selvati
Da Redação
O Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), que avançou à fase amarela do Plano São Paulo na última sexta-feira, dia 5, confirmou melhora nos indicadores ao apresentar, entre os dias 31 de janeiro e o último sábado, dia 6, recuo de 15,2% em novos casos de covid-19, comparando-se à semana anterior. A variação de mortes também foi negativa em 2,1%.
A situação no DRS-Campinas, que permitiu aos municípios integrantes retomar, de forma menos restritiva, o funcionamento de estabelecimentos como bares, restaurantes, academias e salões, foi semelhante na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que retrocedeu em 22,76% e 7,7%, respectivamente, no número de casos e mortes na 5ª Semana Epidemiológica.
O município de Campinas também apresentou queda de 20% no montante de novos infectados, mas exibiu variação positiva de 20,45% nas mortes causadas pela covid-19. Com isso, a cidade tem o maior índice de mortalidade da região: 145,5 por 100 mil habitantes, à frente de Jundiaí e Santa Bárbara D’Oeste.
Leitos de UTI
A nota técnica do Observatório PUC-Campinas aponta que a redução da demanda nos serviços de pronto atendimento e centros de saúde de Campinas já indicava uma queda nos registros de casos. Apesar disso, a taxa de ocupação dos leitos de UTI segue elevada, acima dos 80%.
De acordo com o dr. André Giglio Bueno, infectologista da PUC-Campinas, preocupa também a decisão do Estado de recuar nas medidas restritivas antes do período previsto. “Nesse contexto, é motivo de grande preocupação a disseminação pelo País de novas variantes do vírus Sars-Cov-2, potencialmente mais transmissíveis, e que podem promover uma mudança de cenário caso as medidas de proteção não sejam adotadas com rigor”, afirma o médico.
Economia
Do ponto de vista econômico, a ampliação do horário de funcionamento de estabelecimentos é um alento para os comerciantes afetados pelas medidas restritivas. No entanto, segundo análise do economista Paulo Oliveira, também da PUC Campinas, o relaxamento das exigências de isolamento não é suficiente para resolver os problemas econômicos potencializados pela pandemia.
Para ele, é necessário que o governo anuncie medidas de proteção da renda e do emprego até que a vacina, vista como única solução definitiva para o fim das restrições impostas às atividades econômicas, esteja disponível a toda população. “O auxílio emergencial teve papel substancial para a manutenção do consumo das famílias mais pobres e mais afetadas pela crise, e até agora não houve reativação do benefício para 2021. Sem ele, os efeitos da pandemia podem ser ainda mais devastadores para a economia brasileira e, consequentemente, para a economia regional nos próximos meses”, diz o docente extensionista.