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Por Marcio

Usuário do Discord apreendido tem ligação com Jundiaí

Por Marcio

Por Nathália Sousa / Jornal de Jundiaí

Um adolescente foi apreendido em maio deste ano, em Mauá, por envolvimento no 'Desafio do Discord', um mês antes de completar maioridade. Ele é acusado de ser um dos administradores de um grupo na plataforma em que os membros estimulavam meninas a cometerem automutilação e produção de conteúdo pornográfico. Este adolescente teria morado em Jundiaí, na Vila Municipal.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a 4º Delegacia de Repressão à Pedofilia do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) apreendeu o jovem citado, no dia 6 de abril deste ano, em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Na ocasião, o rapaz foi apreendido por manter um perfil em uma plataforma na internet, em que submetia vítimas a produzirem conteúdo pornográfico. Foram apreendidos dois celulares e dois computadores. O jovem foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude.

Por sua vez, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informa que processos envolvendo crianças e adolescentes correm sob segredo de Justiça, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Por isso, não é possível confirmar se há um processo contra um jovem sobre esse assunto ou de que cidade ele seria. E, mesmo ele tendo completado maioridade, como foi apreendido ainda com 17 anos, permanece o segredo de Justiça.


RISCOS

Terapeuta e psicanalista, Cristiane Machado conta que os casos têm se multiplicado. "A maioria das vítimas são jovens de 9 a 16 anos. Atendi um caso em que a vítima começou a conversar através do Discord e a mãe disse que a filha estava estranha, que a maltratava sempre e filmava. Desconfiei que fosse isso porque já tinha atendido uma pessoa que tentou atear fogo em um gato. As pessoas que montam esses grupos parecem ter bastante conhecimento de TI e de psicanálise, porque entram na mente das pessoas, fazem lavagem cerebral e começam a induzir as pessoas a fazerem os desafios."

O modo de agir segue um padrão. "As pessoas entram no grupo do Discord e os administradores elevam a autoestima delas, mas depois começam a pedir vídeos, até delas se masturbando. Atendi uma menina que o primeiro vídeo que pediram era para ela correr um quarteirão mancando, o segundo era para ela escrever absurdos em uma árvore, sempre gravando. Mas eles descobrem dados da família e fazem chantagem pedindo vídeos. Chegaram a pedir para ela pular de um lugar alto gravando, para ver se ela era corajosa. E ela estava depressiva, então pensou em pular mesmo", relata.


Quem promove este tipo de agressão pode querer atenção, sensação de poder ou até ter algum grau de psicopatia. "Eles querem demonstrar poder, mas é trauma de infância, déficit de atenção ou alguma violência em casa. Quando a criança pequena faz algo bonitinho e fica feliz, por exemplo, os pais dão atenção e pedem para mostrar para os outros, mas, se a criança não quer, tem alguma timidez, aí é tida como chata. Isso leva ao sentimento de rejeição e abandono e a criança tenta achar uma forma de revidar o que não deu certo na vida deles. A maioria também tem um pouco de psicopatia. Isso é formado perto dos cinco anos de idade. Não é só a sensação de controle, querem ver alguém sofrer."

Por isso, para Cristiane, é importante a atenção dos pais às crianças e o acompanhamento psicológico, tanto para evitar agressores quanto para vítimas. "A psique humana tem disso, até os 16 anos, há ansiedade e, na terapia, a pessoa entende que a culpa não é dela. Com 22 ou 23 anos, o inconsciente quer de novo liberar alguma dor e isso pode perdurar para a vida toda, mas tem como interromper esse ciclo."

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