Terrorismo nutricional: o que é e como evitar práticas prejudiciais para a sua saúde?
A propagação de informações alarmantes sobre alimentos cria medo e afeta a relação com a comida; para evitar, é essencial consultar profissionais qualificados e buscar equilíbrio
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Foto: iStock/ andreswd
Com a quantidade de informações sobre alimentação que circulam nas redes sociais, é difícil saber em quem confiar. Muitas vezes, afirmações alarmantes sobre o impacto de certos alimentos na nossa saúde surgem, desencadeando medo, ansiedade e, em alguns casos, até transtornos alimentares.
Esse fenômeno é conhecido como terrorismo nutricional, um conceito que alerta sobre a propagação de informações enganosas que podem afetar negativamente a relação com a comida e, consequentemente, com o próprio corpo.
O que é terrorismo nutricional?
De acordo com a nutricionista Renata Farrielo, especialista em transtornos alimentares, o terrorismo nutricional é a disseminação de informações sensacionalistas e sem fundamento científico sobre alimentos, com o objetivo de causar pânico nas pessoas em relação ao que elas consomem.
Em vez de classificar os alimentos como “bons” ou “ruins”, essas mensagens podem gerar sentimentos de culpa e medo, o que dificulta adotar hábitos alimentares equilibrados e saudáveis.
Ana Izabelli Araki, psicóloga especializada, complementa que esse tipo de conteúdo faz com que as pessoas percam a capacidade de ouvir os sinais do próprio corpo: “Tudo vira uma matemática de calorias e restrições, e esquecemos que a comida tem também um aspecto emocional e social muito importante”, explica.
Entenda o impacto psicossocial
Além dos impactos físicos, como dietas extremas que podem levar à desnutrição e desequilíbrios hormonais, o terrorismo nutricional também afeta a saúde psicológica e social de uma pessoa. Uma dieta restritiva, na maioria dos casos, leva ao efeito sanfona, ou seja, a pessoa perde peso e depois ganha novamente, o que prejudica a saúde metabólica e cardiovascular, como explica a nutricionista Renata Farrielo.
Outro efeito é o aumento do isolamento social. Quem está excessivamente focado em uma alimentação perfeita pode evitar encontros sociais ou refeições compartilhadas, seja por vergonha ou pela crença de que não pode consumir certos alimentos, resultando em um ciclo de solidão e desconforto.
Como evitar o terrorismo nutricional?
O primeiro passo para evitar cair no terrorismo nutricional é buscar informações de fontes confiáveis, como nutricionistas formados na faculdade de nutrição. Esses profissionais têm o conhecimento necessário para analisar as necessidades nutricionais de cada pessoa de forma individual, sem seguir modismos ou receitas prontas.
A nutricionista Juliana Rangel reforça que o emagrecimento saudável está relacionado à adoção de hábitos contínuos junto de um acompanhamento: “A reeducação deve ser gradual e sem restrições excessivas. O emagrecimento não precisa ser sinônimo de sofrimento. O objetivo é encontrar uma alimentação balanceada que se encaixe na rotina de cada um”, afirma ela.