Suspeita compromete aeródromos da região
Aeronaves deixam de decolar até conclusão sobre contaminação
Dois aeródromos instalados em cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estão com as operações prejudicadas porque a maioria das aeronaves que lá operam utilizam a gasolina de aviação (AVGAS), popularmente chamada de gasolina azul, que é alvo de investigação conduzida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para apurar uma possível contaminação.
O Aeroporto Campo dos Amarais, em Campinas, tem aproximadamente 50 aeronaves paradas por precaução. O Aeroclube de Campinas, responsável pela maior movimentação no terminal, informou, em nota, que paralisou suas atividades até que haja uma posição dos órgãos reguladores. O texto ressalta que a entidade não observou nenhuma anormalidade durante os voos ou nas aeronaves, mesmo após minuciosa inspeção mecânica. Entretanto, a empresa responsável pelo abastecimento da frota decidiu interromper preventivamente o fornecimento da AVGAS.
O Aeroporto Municipal Augusto de Oliveira Salvação, em Americana, informou que o fornecimento do combustível também foi suspenso. O número de pousos e decolagens caiu drasticamente nos últimos dias. Apenas alguns aviões já abastecidos têm utilizado o espaço.
O Aeroporto Internacional de Viracopos informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não foi impactado porque as aeronaves que operam no terminal campineiro utilizam querosene como combustível - a AVGAS só é utilizada em aeronaves de menor porte (mono ou bimotor).
Na quinta-feira passada, a Anac emitiu Boletim de Aeronavegabilidade destinado aos operadores de aeronaves recomendando que, caso exista histórico ou evidências de contaminação, busquem imediatamente uma oficina de manutenção aeronáutica para uma avaliação mais detalhada. Se adulterado, o combustível pode causar danos nos tanques e na estrutura. No dia seguinte, Anac e ANP criaram um grupo de trabalho para apurar as denúncias.
A Anac informou ainda que, nos últimos dias, foram emitidas diversas recomendações ao setor para que os riscos possam ser mitigados. Entre elas, a necessidade de uma inspeção visual dos componentes, antes de cada voo, para verificar indícios de corrosão ou ressecamento das peças. De acordo com agência, atualmente, são cerca de 12 mil aeronaves no País com esse tipo de abastecimento. No balanço realizado até segunda-feira passada, havia 73 relados de gasolina azul suspeita.
Na mesma data, a Petrobras, única fornecedora desse tipo de combustível - que é importado - no Brasil, informou, em nota, que decidiu, preventivamente, interromper o fornecimento de um lote de gasolina de aviação após testes realizados em seu centro de pesquisa.
Fonte - Agência Anhanguera