Soraya Thronicke propõe usar rede privada para trazer alunos à escola
Em parceria, vagas ociosas seriam reembolsadas pelo governo
Foto: Elza Fiuza/Ag. Brasil
Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil - São Paulo
A candidata do União Brasil à presidência da República, Soraya Thronicke, disse hoje (8) que pretende utilizar, de forma emergencial, vagas da rede particular de ensino do país para trazer de volta os alunos que se afastaram das escolas após a pandemia de covid-19. De acordo com a candidata, são cerca de 240 mil crianças nessa situação atualmente no país.
“A iniciativa privada já presta o serviço no campo privado. Muitos têm vagas que podem ser preenchidas com crianças da rede pública. [Ao poder público basta] apenas pagar. O que pode ser feito é negociar preço, mas eles podem, sim, ajudar a diminuir o déficit de crianças que estão fora da escola”, disse em entrevista após participar de encontro com representantes do Movimento Agenda 227 e receber o Plano País da Infância e a Adolescência.
De acordo com a candidata, para colocar em ação a proposta, seriam feitas parcerias público-privadas. “É interessante no Brasil, nós gastamos como país de primeiro mundo e entregamos uma educação de quinta categoria. Então, se soubermos equalizar e conversar bem com as prefeituras e os estados, nós conseguimos [entregar educação de qualidade]”.
A candidata ainda defendeu a implementação de material complementar de educação no sistema de ensino, que seria distribuído por meio de aplicativos e livros para aprendizagem autodidata. “A pessoa vai complementar o seu estudo nas horas vagas, de uma forma lúdica, de uma forma divertida de aprender”, disse.
“É possível , além de tudo, colocar toda a capacidade da nossa televisão, da TV estatal, e das rádios, tudo que a gente puder para dar aulas, mas aula show, aulas que realmente possam atrair as crianças, os adolescentes e os adultos”, acrescentou.
Thronicke ressaltou, no entanto, que não pretende abrir mão das escolas físicas e dos professores presenciais. “Jamais abriremos mão das escolas e dos professores, mesmo porque nós temos essa questão de que as crianças se alimentam nas escolas, professores bem treinados conseguem identificar violência em casa, e uma série de questões que são importantes dentro de um conceito geral”.
Na agenda da candidata do União Brasil nesta quinta-feira estava previsto o encontro com representantes do Movimento Agenda 227, entrevistas ao jornal O Estado de São Paulo e para o podcast Cara a Tapa.