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Da Redação

Se no último dia 24 de junho os itatibenses comemoraram o aniversário do São João Futebol Clube, no dia 29 mais um tradicionalíssimo clube sócio-esportivo da cidade está em festa. O Rosita Futebol Clube, seus associados, simpatizantes e, por que não, a população itatibense também comemora os 71 anos de fundação do “Tricolor da Baixada”, como ficou conhecido o esquadrão rositano, uma das grandes potências nos gramados da cidades em outrora.

A história da fundação do clube é interessantíssima e assim foi relatada, em detalhes, em 2004 por José Mattiuzzo, que estava entre os fundadores:

“Paschoal Rinaldi foi um atleta do antigo Ponte Preta de Itatiba cujo campo chamado “Careca”, ficava no final da Rua 29 de Abril, amigos desta rua, conhecida como “Pito Acesso”, reconheciam a necessidade de ter uma associação nessa parte da cidade; como já existia o São Paulo FC, do Bairro do Sapo, o São João FC, queríamos ter o nosso clube, fazíamos a pratica do esporte lá no Careca.

Onde é a sede do Rosita hoje, era impossível de se imaginar, na época, que era um local que havia uma lagoa a beira do morro que as pessoas pescavam traíra e na época das águas o lugar era propicio a criar rã.

O proprietário era João Cremonesi, que entramos em contato para comprar o terreno, liderados sempre por Francisco Juliano Vidal, Otavio Giaretta, João Monte, Oswaldo Rela (que se juntou a nós) e eu, José Mattiuzzo. A nossa vontade era de ter nosso campo, nessa época já existia o clube, mas, queríamos ter nossa praça de esporte e o João Cremonesi não venderia o terreno para o Rosita mas sim para nós; Fizemos um empréstimo junto ao Banco das Nações, que o Chicão (Francisco Juliano Vidal) era gerente e em seguida passamos para o Rosita.

Lançamos, na época, cem títulos para pagar o terreno; tínhamos um amigo, Francisco Escudero, vulgo Paco, que tinha máquinas de terraplanagem e prestava serviço para o Estado, passava muito por Itatiba a caminho da fazenda de Carvalho Pinto, então governador do Estado e, com isso, fizemos amizade e conseguimos a terraplanagem. Como não era nosso “metié” lidar com terra, perguntamos ao “Paco” se estaria pronto no dia seguinte, e ele nos disse que no dia seguinte talvez não, mas no outro dia com certeza (risos); isso durou muitos e muitos meses, íamos para a zona rural cortar taquara de bambu fazendo feixes para drenar o campo. No fundo do terreno deve ter até hoje muitas taquaras, pois vinham caminhões e caminhões e despejavam os feixes no terreno. Isso tudo foi em benefício do bairro que teve seu clube de esporte.

O Giaretta com muita gentileza e conversas conseguiu com o Comendador Batholomeu a doação de cimento que foi usado para sustentar a encosta do campo. Roberto Arantes Lanhoso era incentivador dos pequenos clubes de Itatiba dando muito apoio, e como ele dizia; “enquanto o jovem está em uma praça de esporte não envereda pelo caminho errado”.

Chicão, era representante comercial do refrigerante de Atibaia chamado “Rositel” da empresa “Fácil & Cia Ltda”. Através dele a empresa fazia doações de bolas, chuteiras, camisas e daí resolvemos, em forma de agradecimento, dar ao clube o nome de Rosita, para ser associado ao nome Rositel.

Hoje em dia 

Assim como tantas outras associações, o Rosita também sofreu por más administrações no passado, mas, não se entregou e, aos poucos, abnegados sócios também trabalham diuturnamente para a reestruturação do clube rositano.

Nesta semana festiva ao clube e aos seus associados, o presidente do Conselho Deliberativo e administrador provisório do clube, Carlos Eduardo Rossi, esteve no programa Panorama Esportivo, na CRN-AM, e conversou com o radialista Beto Dias, falando sobre esse processo de reestruturação que, segundo ele, está apenas no começo sendo que muita coisa boa ainda vem por aí.

Confira a entrevista na íntegra:

BETO DIAS: Depois de ouvirmos novamente a história contada em detalhes por José Matiuzzo podemos dizer sim que história rica a do Rosita não?

EDUARDO: Sim Beto, rica e, com certeza de muito trabalho desde lá de trás para podermos contar com essa estrutura que temos hoje!

BETO DIAS: Eduardo, gostaria então que você falasse um pouco do momento atual do Rosita. Como anda?

EDUARDO: O Rosita conta com sua sede social, o Estádio Comendador Francisco Bartholomeu, com iluminação, um parque aquático que todos os anos atrai um bom público, temos ainda lanchonetes, salão de jogos, quadra poliesportiva entre outros atrativos aos associados. Então hoje eu diria que estamos num processo de reestruturação do clube já que nos últimos anos acabou muito judiado por gestões antigas. Hoje nossa sede social está arrendada para uma casa de eventos e eu fico mais focado na reestruturação do campo e do parque aquático e nossa condição melhorou muito de um tempo pra cá. Conseguimos trazer alguns investimentos e creio que em breve estaremos com o estádio bonito novamente.

BETO DIAS: Isso demanda muito trabalho de sua parte e de outras pessoas para encarar esse desafio não é?

EDUARDO: Aqui na questão da pandemia tenho que agradecer muito aos funcionários que não nos abandonaram, continuaram trabalhando em prol do clube, amigos como PC, seu João, Marcos, o Boy, sempre estiveram aqui conosco vestindo a camisa rositana com o coração, só tenho a agradecer a eles.

BETO DIAS: O estádio abriga jogos de que forma?

EDUARDO: Alugamos o campo de quinta e sexta-feira à noite e temos jogos também aos finais de semana. Fizemos parcerias com algumas associações que realizam campeonatos trazendo as finais para o estádio e isso ajuda bastante.

BETO DIAS: Existem comentários de que possa estar sendo fechada uma parceria com uma agremiação que disputa a Federação Paulista de Futebol até antes da pandemia. Ainda existe essa possibilidade?

EDUARDO: Sim existe, inclusive, estivemos em reunião na última segunda-feira, biólogos estarão no campo em breve para avaliação do solo para melhora no gramado e acredito que mais um mês aí deveremos começar os trabalhos.

BETO DIAS: Vocês já podem divulgar o nome?

EDUARDO: Quem está conosco é o ex-jogador Luis Henrique (ex-Santos, ex-Paulista). Como não pudemos fechar essa parceria por conta da pandemia, então temos que esperar mais um pouco pra ver se ele vem com um projeto solo ou também com esse clube em questão. O projeto é trabalhar com as categorias de base no Rosita.

BETO DIAS: Como seria esse trabalho de reestruturação?

EDUARDO: Temos que realizar um trabalho de recuperação e isso tem início com a volta dos associados ao clube e também trazer novos associados para ajudar a somar e também para podermos montar a diretoria completa e dar sequencia aos demais trabalhos que o clube necessita.

BETO DIAS: Quem tiver interesse em se associar ao Rosita, como deve proceder?

EDUARDO: Ele deve procurar a secretaria do clube e lá ele será orientado sobre a documentação necessárias e sobre os valores do título familiar.

BETO DIAS: Para quem quiser locar o campo ou saber outras informações do clube como proceder?

EDUARDO: Eu agradeço a colaboração sua e da rádio Beto e deixo aqui meu telefone (11) 95313-9399 para quem quiser entrar em contato, o Rosita está e estará sempre de portas abertas a todos.