‘Rombo financeiro é resultado da paralisação das atividades econômicas’, diz especialista
Para o economista da Acic, Laerte Martins, a recuperação será gradual e lenta
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Da Redação
Com a pandemia de coronavírus, entre janeiro e agosto deste ano, cerca de R$ 4.040 bilhões foram perdidos pelo comércio da Região Metropolitana de Campinas, se comparado ao ano anterior.
As informações são da Agência Anhanguera, que afirma em reportagem que, de acordo com os dados disponibilizados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), o faturamento caiu R$ 21.275 bilhões para R$ 17.235 bilhões, ou seja, 18,99%.
Segundo Laerte Martins, economista da entidade, o rombo financeiro é resultado da paralisação quase completa das atividades econômicas durante a quarentena. A autorização para os estabelecimentos essenciais funcionarem implicou em um efeito cascata iniciado entre março e abril, quando houve um grande baque nas vendas do setor, e o resultado negativo foi amenizado nos últimos meses com a retomada das atividades, lembra o especialista.
“A recuperação será gradual e lenta. A expectativa é que a taxa negativa (-18,99%) melhore um pouco até o final do ano, se continuarmos nessa fase ou avançarmos”, projeta Laerte.
Faturamento
Em agosto, comparando com julho, o faturamento do comércio da RMC registrou alta de 10,35% impulsionado pelas vendas dos setores de drogarias e farmácias, supermercados e materiais para construção.
O montante subiu de R$ 2.241 bilhões para R$ 2.499 bilhões, porém apresentou queda de 12,35% em relação a agosto de 2019, quando o resultado foi de R$ 2.851 bilhões. Os dados analisados pelo economista foram baseados na análise do Boa Vista SCPC.
Laerte afirma que um dos destaques de agosto foi a redução da inadimplência em 44,70%. Entre o último mês e julho, o saldo de registros caiu de 46.195 para 25.545, se os valores foram comparados com agosto de 2019, quando o saldo foi de 25.960, a redução foi de 1,60%.
Setores
Segundo a Acic, os setores que apresentaram crescimento nas vendas entre julho e agosto foram as drogarias e farmácias (3,13%) e os supermercados (17,50%) na categoria de bens não duráveis; e material de construção (34,06%), na categoria de bens duráveis.
As vendas foram reduzidas nos setores de vestuário (-25,15%), turismo e transportes (-71,20%) e bares e restaurantes (-51,20%), estando estes dois últimos na categoria de vendas e serviços.