RMC: estudo da Puc-Campinas revela aumento na taxa de letalidade
De 7 a 13 deste mês, a RMC registrou 1.759 casos de coronavírus; destes, 70 resultaram em óbito
Foto: JI / Lucas Selvanti
Da Redação
Um estudo realizado pelo Observatório Puc-Campinas revelou que a taxa de letalidade por covid-19 na Região Metropolitana de Campinas (RMC) atingiu 3,98% entre os dias 7 e 13 deste mês, superando os 3,3% registrados na semana anterior. Neste período (7 a 13), a região apresentou 1.759 casos de coronavírus; destes, 70 resultaram em óbito.
No entanto, segundo o estudo, ainda não é possível relacionar o relaxamento das medidas de isolamento social com o aumento de casos. Para o infectologista da PUC-Campinas, André Giglio Bueno, os efeitos dos decretos municipais, incluindo a reabertura do comércio, devem ser vistos nos próximos relatórios.
Dada a aceleração no ritmo de crescimento das mortes na região, o economista Paulo Oliveira, coordenador da análise, afirma ser necessária a articulação entre as prefeituras que compõem os polos econômicos regionais, de maneira a controlar a pandemia e garantir um retorno seguro e efetivo das atividades econômicas, atualmente marcadas por quedas de demanda e produção, além de redução dos postos de trabalho.
Saúde
Ainda, segundo o estudo do Observatório da Puc-Campinas, do ponto de vista da Saúde, observa-se que o momento de início da retomada econômica ocorre em meio a um aumento acelerado no número de casos e óbitos.
“Entretanto, para aumentar a precisão das análises acerca deste impacto, deve-se levar em conta algumas informações sobre a dinâmica da doença. Sabe-se que o período de incubação médio (período entre o contágio e o início dos sintomas) fica em torno de cinco a seis dias, podendo se estender até cerca de doze dias. O tempo entre o início dos primeiros sintomas e aparecimento de sintomas mais graves, como a falta de ar, é de sete a dez dias. Em geral, as internações hospitalares ocorrem neste momento. Se houver necessidade de internação em terapia intensiva e ventilação mecânica, a internação pode se prolongar mais de três semanas, podendo o desfecho ser a recuperação e alta ou o óbito. Dessa forma, indicadores como incidência de internação por covid-19 e incidência de óbitos estão sujeitos a toda essa cadeia de intervalos, de modo que os dados atuais refletem situações em que a transmissão ocorreu há cerca de duas semanas e há três ou mais semanas, respectivamente”.
“Da mesma forma, o aumento de transmissão que se espera que ocorra com o aumento de circulação de pessoas a partir desta semana não será imediato e deverá ser percebido em duas a três semanas, podendo, ainda, haver alguma variação adicional na
contagem de casos novos por alterações nas estratégias de testagem, com ampliação
do diagnóstico de casos leves em algumas populações”, diz o estudo.
Casos em Itatiba
Na última terça-feira, 16, a Secretaria de Saúde de Itatiba acrescentou mais sete pessoas que testaram positivo para coronavírus ao quadro de acompanhamento. São quatro homens e três mulheres, com idades de 22, 23, 25, 30, 36, 44 e 63 anos, moradores dos Jd. Esplanada (2), Vila Cremonesi, Jd. Ester, Jd. Ipê, Centenário e Bairro do Engenho. De acordo com a Pasta, todos estão em casa, cumprindo o isolamento.
Até a última terça-feira, Itatiba apresentava 92 casos ativos de covid-19. São sete óbitos confirmados e outros quatro estão sendo investigados. Os dados podem sofrer alterações após o fechamento desta edição.