Rede de ensino de amigo de Lula é investigada por suposta burla ao Prouni
Faculdade vira alvo do MEC por indícios de manipulação de valores de mensalidades para receber mais recurso do governo
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Por Júlio Wiziack/Folhapress
A Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação abriu um processo para investigar a Universidade Anhanguera (Uniderp) por suposta fraude na concessão de bolsas de estudo pelo Prouni, o programa do governo federal que oferece bolsas em faculdades privadas para estudantes de baixa renda.
A Anhanguera é controlada pelo grupo Cogna, ligado a Walfrido Mares Guia, amigo do presidente Lula. O empresário e ex-deputado hoje integra o conselho de administração do grupo e coordena o Comitê Financeiro do grupo. Com ações na B3, a empresa vale R$ 6 bilhões.
Técnicos do MEC afirmam que as averiguações preliminares já vinham sendo conduzidas desde 2021. Entre os indícios de irregularidades, a Anhanguera teria inflado artificialmente o preço das mensalidades para receber mais do governo pelas bolsas parciais via isenção de tributos.
Caso seja confirmada pelas investigações em curso, a situação se configura crime e, por isso, terá de ser encaminhada para o Ministério Público Federal, ainda segundo os técnicos ouvidos sob anonimato pela coluna.
Na esfera administrativa, a punição para um caso dessa natureza varia desde a oferta de mais bolsas integrais até a suspensão do programa por três processos seletivos consecutivos. No limite, a escola pode ser excluída do Prouni.
Por meio de sua assessoria, a Anhanguera afirmou que cumpre a legislação e disse que segue em contato com o ministério desde a data de publicação da portaria [que abriu a investigação] para esclarecer os fatos para o arquivamento do processo.