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Por Redação

Rede Brasileira de Mulheres Cientistas busca ampliar diálogo com sociedade

Com mais de três mil membros, iniciativa pretende também atuar em parcerias para impulsionar políticas públicas voltadas às mulheres

Por Redação

Foto: Govesp

Aumento da violência doméstica e política, perda de renda, desemprego e intensificação do trabalho são alguns dos efeitos que a atual conjuntura e a pandemia da Covid-19 trouxeram para a vida das mulheres no Brasil. A vulnerabilidade é expressa ainda através de indicadores como a mortalidade de grávidas e puérperas pela doença: no país, os índices são os piores do mundo.

Para ampliar o debate sobre a situação das mulheres nesse contexto, foi lançada no último dia 23 de abril a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas. A rede, que já possui adesão de mais de três mil cientistas, pretende também atuar em parcerias para impulsionar políticas públicas voltadas às mulheres.

A ideia, além de fomentar o diálogo e o debate, é alicerçar e embasar políticas públicas, através das pesquisas e do conhecimento das cientistas. Os seis campos prioritários são: Saúde; Violência; Educação; Assistência social e Segurança alimentar; Trabalho e emprego e  Moradia e Mobilidade. Para tanto, as cientistas se propõem a atuar junto a gestores públicos, ampliar o diálogo com autoridades públicas e difundir experiências exitosas de auto-organização, especialmente periféricas, e de governos locais.

Em defesa da vida das mulheres

Como forma de apresentação e de engajamento entre as mulheres cientistas, a rede lançou a carta “Em defesa da vida das mulheres na pandemia”. No documento, que pode ser assinado por mulheres que queiram unir-se ao grupo, são expostas as propostas da Rede.

Além disso, são apresentados dados sobre a condição de vulnerabilidade das mulheres, pontuando questões como o agravamento de situações de violência, de sobrecarga no âmbito dos cuidados e de desemprego, cuja taxa é de 14,4% para a população em geral e de 17% para as mulheres. As cientistas também lembram que de cada 10 grávidas e puérperas mortas em razão da Covid-19 no mundo, 8 são brasileiras.

“Como em outras partes do mundo, a vulnerabilidade tem rosto de mulher. Isso compromete a autonomia e integridade dessas mulheres, mas também as de crianças, adolescentes e idosos, já que quase metade dos lares brasileiros são por elas sustentados. A desigualdade é ainda mais perversa no caso de mulheres negras e pobres, marcadores sociais de diferença que interseccionados revelam um grupo ainda mais vulnerável”, assinalam, indicando assim a necessidade de políticas voltadas às mulheres e meninas nesse momento de crise humanitária.

Até o momento, assinam a carta mais de 3 mil mulheres. De acordo com dados apresentados pela rede no lançamento, há cientistas de todos os estados e do Distrito Federal, que trabalham em instituições públicas e privadas, em museus, centros e institutos de pesquisa do país. A composição da rede congrega pesquisadoras de todas as áreas do conhecimento: Ciências Sociais, Ciências Sociais Aplicadas, Artes e Humanidades; Engenharias, Ciências e Exatas; Medicina, Saúde e Ciências Biológicas.

As organizadoras contam que uma das primeiras ações do grupo será a construção de um banco de dados, que irá reunir pesquisas e ações em curso. A coordenação entre as áreas do conhecimentos, que permita dar respostas conjuntamente aos diversos problemas enfrentados, é um dos focos do grupo, que segue aberto a novas adesões.

Para conhecer a carta e unir-se à Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, acesse: https://mulherescientistas.org/.

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