Queda na poluição diminui quantidade de raios
No período estudado, apenas 4% do total das descargas atingiram o solo, enquanto que nos anos anteriores, nesse mesmo período, este percentual variou de 40% a 63%
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Foto: Arquivo JI
Da Redação
Um estudo do cientista Osmar Pinto Junior, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, analisou dados de descargas atmosféricas de 20 de março a 2 de abril deste ano, período em que se constatou a diminuição de cerca de 20% da poluição na cidade de São Paulo por conta do isolamento social, causado pelo coronavírus. As observações foram feitas em diversas estações pelo projeto World Air Quality e a conclusão inédita foi que os raios, descargas que vem para o chão e podem trazer prejuízos e até a morte, diminuíram muito com a redução da poluição. O contrário ocorreu com os relâmpagos, que ficam dentro das nuvens.
No período estudado, apenas 4% do total das descargas atingiram o solo, enquanto que nos anos anteriores, nesse mesmo período, este percentual variou de 40% a 63%. O estudo confirma que as “super” tempestades, com mais três mil raios, que tem ocorrido em São Paulo nos últimos anos, são consequência não somente do aumento local da temperatura, conhecido como “ilhas de calor”, como do aumento da poluição na cidade.
Itatiba
Segundo a Elat, Itatiba registrou nos últimos dois meses 614 descargas elétricas (raios), com uma densidade registrada de aproximadamente 9,26 quilômetros quadrados por ano. Uma densidade pequena, se comparada à média estadual (São Paulo), de 48 quilômetros quadrados por ano e a média nacional de 737 quilômetros quadrados por ano. A Elat informou, ainda, que não houve nenhum registro de morte ocasionada por raio no período.