Procura por medicina cresce 48,65%, segundo dados exclusivos da Conversion: o que esperar desse cenário
Cursar medicina continua sendo um dos objetivos mais almejados, mas a alta concorrência e os desafios da especialização exigem planejamento estratégico desde a graduação

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A Conversion, maior agência de SEO do Brasil, recentemente, realizou um levantamento muito interessante. Conforme dados divulgados, um mês antes das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a procura por cursos de medicina apresentou crescimento significativo, cerca de 48,65%. Os dados exclusivos da Conversion evidenciam que a procura por essa profissão ainda está em alta.
Esse crescimento torna-se ainda mais expressivo quando analisado sob a ótica do levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no ano de 2023, que apontou cerca de 575.930 médicos ativos no território brasileiro.
Fazendo uma média, considerando o número de médicos e os habitantes do território nacional, esse número chega a 2,81 médicos por habitante. Trata-se, então, do maior índice que o Brasil já registrou, considerando que, até esse momento, nunca houve tantos médicos em atividade.
O que motiva a procura e quais são os impactos da alta concorrência?
No geral, é possível dizer que a área da saúde na totalidade é muito bem cotada no mercado de trabalho. Segundo Ana Claudia Vazquez, pró-reitora de Gestão com Pessoas da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), os estudantes costumam procurar principalmente os cursos atrelados à área da saúde em busca de uma colocação melhor no mercado de trabalho e uma boa remuneração, também.
Todavia, embora os cursos de medicina forneçam uma boa colocação no mercado de trabalho, o número crescente de médicos acaba aumentando a disputa por colocação no mercado de trabalho. Os dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil, realizada pela Universidade de São Paulo (USP), mostraram que o número de estudantes de medicina no território nacional cresceu de 168 mil, no ano de 2018, para 288 mil, em 2024.
Em tese, existem dois caminhos que um médico recém-formado pode seguir para especializar-se: a residência ou uma pós-graduação lato sensu. Geralmente, os médicos optam pela primeira opção.
Entretanto, as vagas de residência médica não seguiram o mesmo ritmo de crescimento, aumentando somente 26% no mesmo período, passando de 38 mil para 48 mil. A residência médica é um período elementar na formação de um médico, especialmente quando seu propósito é tornar-se um cirurgião.
Ela fornece muitos anos de formação, possibilitando aprimoramento de habilidades técnicas e aprofundamento das teorias. Trata-se literalmente do conceito de práxis, do momento em que prática e teoria encontram-se juntas a todo momento. Outro ponto dessa questão encontra-se ligado a fatores geográficos.
O levantamento realizado pela USP mostrou que aproximadamente 60% das vagas de residências médicas concentram-se somente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essa distribuição, portanto, acaba dificultando o acesso de profissionais oriundos de outras regiões às oportunidades de especialização.
Para aqueles que desejam ingressar em uma residência depois de se formar, uma excelente opção é olhar o edital Enare, do Exame Nacional de Residência (Enare). Esse edital é organizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de democratizar o acesso às vagas de residência no Brasil.
Embora existam alguns desafios a serem enfrentados no que diz respeito ao ingresso na residência médica no Brasil, adotar algumas estratégias e preparar-se sempre será uma excelente alternativa para lidar com essas questões. Considerar alternativas como o Enare também pode ser uma forma de alcançar esse objetivo em um mercado em constante expansão.