Polícia Federal faz mega operação contra fraudes que somam R$ 7 bilhões
Foto: Johnny Inselsperger/EPTV
A Polícia Federal de Campinas faz, nesta quarta-feira, uma mega operação para combater fraudes fiscais e lavagem de dinheiro por meio de bancos digitais não autorizados pelo Banco Central do Brasil, que se mantinham por conivência de instituições financeiras de grande porte.
A investigação aponta que a organização criminosa, por meio de dois bancos digitais (as fintechs) ofereciam abertamente, inclusive em sites, contas clandestinas, que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial, de forma oculta, as quais foram utilizadas por facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas, tributárias e outros fins.
Segundo a PF, as contas desses bancos digitais acumulam R$ 7,5 bilhões.
As contas eram anunciadas como contas garantidas, porque invisíveis ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento, funcionando por meio de contas bolsões, sem conexão entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos de hospedagem.
Além das contas bolsões, a organização também usou meios de pagamento com máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, não relacionadas aos verdadeiros usuários, permitindo a lavagem de dinheiro e pagamento de atos ilícitos de forma oculta.
Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Americana, Valinhos, Paulínia, Jundiaí, Sorocaba, Votorantim, Embu Guaçu, Santana do Parnaíba, Osasco, São Caetano do Sul, São Paulo, Barueri e Ilhabela, além de Belo Horizonte.
Em Campinas, um dos locais é a sede de uma empresa que presta serviços financeiros, que fica na Avenida Orosimbo Maia, no Cambuí.
Dez mandados de prisão preventiva e sete de prisão temporária também foram expedidos.
Além das prisões e buscas, também foram determinadas judicialmente a suspensão das atividades de 194 empresas usadas pela organização criminosa para dissimular as transações, suspensão da inscrição de dois advogados junto à OAB (1 em Campinas e 1 em Sorocaba), suspensão do registro de contabilidade de 4 contadores (2 em Campinas, 1 em São Paulo e 1 em Osasco), além do bloqueio de valor de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa.
* com informações da Rádio CBN Campinas