Polícia Civil investiga quadrilha que usava refugiados para lavar dinheiro
Organização criminosa é suspeita de manter relações com integrantes de células terroristas

Foto: SSP-SP
A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (27), uma operação contra empresas envolvidas em lavagem de dinheiro em São José dos Campos, interior de São Paulo. As investigações levaram a pessoas jurídicas vinculadas a uma facção criminosa e com integrantes de células terroristas internacionais. Foram cumpridos oito mandados de busca e um homem foi preso em flagrante.
Os agentes da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) deflagraram a Operação Ultravale, voltada à repressão de uma organização criminosa envolvida em esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro com uso de empresas de fachada, refugiados e articulações com criminosos nacionais e estrangeiros.
As investigações apontaram que o grupo criminoso usava os refugiados como sócios e administradores de empresas legais. Em troca, os “laranjas” recebiam valores mensais para assumir a titularidade das pessoas jurídicas enquanto eram mantidos afastados da gestão real dos negócios. O objetivo era ocultar a identidade dos verdadeiros operadores e simular legalidade nas operações.
Com o esquema, os investigados conseguiam empréstimos bancários e crédito no mercado financeiro usando dados artificiais. Após a liberação dos recursos, as empresas eram encerradas e deixavam de cumprir as obrigações, causando prejuízos significativos.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, relatórios de inteligência financeira revelaram que algumas das empresas investigadas mantiveram transações bancárias com pessoas jurídicas vinculadas a uma facção criminosa. Também apontaram movimentações com pessoas listadas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como integrantes de células terroristas.
Durante a operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais vinculados aos investigados e o bloqueio judicial de contas bancárias, aplicações financeiras e sequestro de bens móveis, com valor estimado em R$ 45 milhões.
Em um dos endereços, um investigado foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo e munições.
Ao todo, foram apreendidos um veículo de luxo, R$ 60 mil em espécie e 20 mil dólares, além de diversos documentos, cartões bancários, telefones celulares, tablets e computadores que passarão por análise técnico-investigativa.
As investigações prosseguem para identificação e localização de outros envolvidos.