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PF cumpre mandados em Campinas e Boituva para apurar atuação da máfia italiana

Por Redação

Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal faz uma operação nesta terça-feira para investigar a atuação da máfia italiana e de quadrilhas brasileiras que são responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa. A ação também cumpre mandados na Itália.

A operação, que foi batizada de Mafiusi, em alusão às máfias, envolve também agentes do Ministério Público Federal, Receita Federal, Procuradoria-Geral da República, Guarda Civil Espanhola, Eurojust, Europol e Interpol.

Foram cumpridos três mandados em Campinas e Boituva, na região de Sorocaba.

Ao menos dois grupos foram identificados. Eles atuavam no Porto de Paranaguá, no Brasil, e por meio de aeronaves privadas. O trabalho começou após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande, na Baixada Santista, em 2019.

Segundo a Polícia Federal, as redes criminosas eram encarregadas de todo o aparato necessário para enviar cocaína da América do Sul para a Europa, utilizando o porto como ponto estratégico.

Durante a operação, foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística são da facção criminosa que atua em São Paulo, além de membros de uma organização mafiosa italiana que agia no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu. O Porto de Valência, na Espanha, era a chegada da droga.

As investigações também descobriram que, além do tráfico de entorpecentes, o grupo estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada, além de adquirir bens e realizar transações fraudulentas.

Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente R$ 2 bilhões.

A droga era transportada escondida em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira.

Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva no Brasil, um mandado de prisão na Espanha, 31 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima.

Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de R$ 126 milhões.

* com informações da Rádio CBN Campinas

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