Pandemia aumenta em 17% a venda de antidepressivos no Brasil
Segundo informações da Drogaria Total, a venda de antidepressivos cresceu bastante durante a pandemia
Foto: Lucas Selvati / JI
Segundo uma pesquisa realizada em fevereiro pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) quase 97 milhões de caixas de antidepressivos e estabilizadores de humor foram vendidos em todo o País durante 2020, um aumento de 17% em comparação com 2019.
A proprietária da Farmácia Poupaqui, Lia Müller Ribeiro, destacou que esse aumento é expressivo na procura dos medicamentos controlados desde o início da pandemia. Em relação à pesquisa feita pelo CFF Lia completa, “este ano não tem sido diferente, infelizmente”.
A farmacêutica Denyse Aparecida Ribeiro Fonseca da Drogaria Total de Itatiba também reparou neste aumento, “foi significativo sim, bem significativo”.
Receita médica
Denyse afirmou que há pessoas que chegam à drogaria com o objetivo de comprar os remédios sem a prescrição médica. “Algumas pessoas inclusive perguntam se não tem alguma coisa que possa ser vendida sem a receita”.
Segundo Lia, o Brasil tem uma cultura muito forte de automedicação, e isso é preocupante. “Durante a pandemia tem sido comum surgirem informações de que alguns medicamentos poderiam ajudar no tratamento de covid-19 ou até mesmo serem usados como medidas profiláticas. Muitos vêm em busca até de medicamentos controlados sem ter passado por um médico. Faz parte da nossa rotina orientar as pessoas a procurar um especialista. Explicamos que além de respeitar a lei, também estamos protegendo de efeitos indesejados e riscos que algum medicamento possa causar”.
Pandemia
“Analisando o incremento na venda de alguns tipos de medicamentos na Poupaqui Itatiba, é possível perceber que a pandemia tem afetado muito psicologicamente as pessoas. Seja por medo da própria covid-19, isolamento social ou até mesmo mudança de rotina, percebemos que a pandemia tem levado cada vez mais pessoas para os consultórios de psiquiatria”, analisou Lia.
“Acredito que a pandemia deixou as pessoas mais ansiosas, mais depressivas e querendo ou não, muitas estão perdendo os entes queridos e isso faz a ansiedade aumentar bastante”, declarou Denyse.