‘Os leitos estão ficando saturados. A população está na rua, como se não existisse pandemia’, declara Emerson Netto
Há 11 pessoas internadas em situação crítica. Nove ocupam os leitos reativados na UTI respiratória
Foto: Lucas Selvati
Da Redação
“A população precisa entender que a pandemia está acelerada. Não é só Itatiba, é toda a região. Os leitos estão ficando saturados. A população está na rua, como se não existisse pandemia”. A declaração é do provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba, Emerson Netto. Ontem,7, à reportagem da CRN, ele disse que a ocupação de leitos destinados a pacientes com covid-19 atingiu 110%.
Segundo informou, há 11 pessoas internadas em situação crítica. Nove ocupam os leitos reativados na UTI respiratória, um está isolado na UTI geral e outro segue sendo monitorado. Ele disse, ainda, que há outros cinco pacientes na enfermaria, entre casos suspeitos e confirmados.
“A gente percebe nos comércios centrais, na Vila Natalina, todo mundo em fila, na Carreta, todo mundo amontoado. Importante que a população entenda que isso é sério. A pandemia ainda não acabou, pelo contrário, acelerou o número de pacientes. Há sete dias, estávamos falando da reabertura da UTI, que já está saturada. Não estou querendo criar pânico, estou querendo mostrar a realidade da melhor maneira possível”, comentou.
Dr. Carlos Lemes
O secretário adjunto de Saúde e diretor técnico da Santa Casa, dr. Carlos Lemes, participou ontem do Programa Márcio Dalcin, na CRN, e também se mostrou preocupado em relação ao aumento de casos de coronavírus em Itatiba e região. Ele afirmou que ninguém está livre da doença, todos podem ser contaminados. “Não é porque você esteve com alguém infectado e não pegou que está imune. De jeito nenhum, você não pode pensar assim. Você pode pegar a doença a qualquer momento, se você não pegou lá atrás foi simplesmente por sorte”, afirmou.
Lemes alertou, ainda, para a falta de medicamentos, problema que tem atingido Itatiba e região. “Estou realmente muito preocupado [...] não é que eu queira causar pavor na população, mas as pessoas precisam entender que do outro lado, de quem controla a Saúde, a gente está com falta de medicamentos. Este é o maior problema hoje, não adianta eu abrir 20 leitos de UTI que eu não vou ter medicamentos para esses 20 leitos. A região inteira está com este problema. Não adianta achar que vai vir aqui e será transferido para a Unicamp porque não tem vaga”.
O secretário também pediu para que a população permaneça em casa. “O que a gente precisa é que as pessoas tomem conhecimento de que nesse momento não é momento de aglomeração”.