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Foto: Acervo Zooparque

Os dias de calor intenso não afetam apenas nós, humanos. E os animais, como eles lidam com essas altas temperaturas? Embora não seja tão óbvio para muitas pessoas, as temperaturas elevadas e eventos climáticos extremos, impulsionados pelas mudanças climáticas, afetam diretamente os animais. Cada espécie, no entanto, reage de maneiras distintas ao superaquecimento.

A reportagem do Jornal de Itatiba conversou com a bióloga e coordenadora ambiental e educacional do Zooparque, Débora Alcântara Ribeiro sobre o assunto. “Diferente de nós, que regulamos a temperatura corporal suando por toda a pele, muitos animais têm mecanismos de resfriamento diferentes. Alguns suam apenas pelas patas ou focinhos, enquanto outros nem suam. Em vez disso, contam com respirações ofegantes para evaporar água dos pulmões, língua e superfícies da boca, regulando assim sua temperatura. Curiosamente, os pelos também atuam como isolantes térmicos, ajudando a manter os animais frescos no verão e aquecidos no inverno”, disse ela.

Cuidados Especiais

No Zooparque, segundo Débora, uma série de medidas é adotada para proporcionar conforto térmico aos animais. Uma das principais estratégias é o enriquecimento ambiental com alimentos refrescantes. Os colaboradores preparam picolés, sorvetes e gelatinas recheados de frutas, insetos, carne ou peixes, sempre levando em consideração os hábitos alimentares de cada espécie. Tigres siberianos, por exemplo, adoram picolés de carne e peixe, enquanto aves e primatas preferem os de frutas.

Além disso, em dias de calor extremo, banhos de mangueira são oferecidos para simular a chuva, proporcionando alívio imediato para espécies como o tamanduá-bandeira. Muitos recintos também contam com lagos e lagoas, onde animais como elefantes podem se refrescar à vontade. Os ambientes são cuidadosamente planejados, com vegetação, tocas, abrigos e áreas internas, permitindo que os animais escolham onde se abrigar do calor.

Essas atividades não apenas ajudam a refrescar os animais, mas também promovem bem-estar e saúde. O enriquecimento alimentar ajuda a manter a hidratação e estimula comportamentos naturais, enquanto o enriquecimento sensorial, como a inserção de novos cheiros e objetos no recinto, contribui para o estímulo mental e físico. “Essas práticas são monitoradas de perto pelos cuidadores, biólogos e veterinários, garantindo que o comportamento e a saúde dos animais sejam acompanhados constantemente”, disse Débora ao JI.

“O fato do Zooparque estar inserido em um fragmento de mata também proporciona um clima mais ameno, com vegetação que ajuda a regular a temperatura e a melhorar a umidade do ar, contribuindo para o conforto térmico dos animais”, completou.

Adaptação Alimentar

Durante o verão, além dos alimentos refrescantes, os animais têm água fresca disponível, trocada regularmente para garantir que se mantenha em temperatura adequada. Já no inverno, as dietas são ajustadas para incluir mais carboidratos e proteínas, ajudando os animais a compensar o maior gasto energético necessário para manter suas temperaturas corporais.

Com o aumento das temperaturas nos últimos anos, devido às mudanças climáticas, alguns animais têm apresentado alterações em seu comportamento. Muitos passam mais tempo descansando ou dentro da água, enquanto outros demonstram sinais de estresse térmico, como respiração mais ofegante. Esses sinais são constantemente monitorados para garantir o bem-estar de cada animal.

Para finalizar, a bióloga Débora deixa um convite: “Então, que tal ver de perto um tigre siberiano saboreando um sorvete ou um elefante se refrescando na lagoa? E neste final de semana, não são só os animais que ganham! Moradores de Itatiba têm 50% de desconto nos ingressos. Venha aproveitar o calor no Zooparque e curta uma experiência única com a natureza”.