O que explica o crescimento do mercado de moda de luxo?
Saiba como as principais grifes mundiais conseguem aumentar o seu público a cada dia
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O mercado de luxo está em constante crescimento. Um dos poucos momentos que esse nicho se viu estagnado foi durante a pandemia de covid-19. Por causa do distanciamento social e o surgimento de diferentes variantes do vírus, muitas marcas ficaram sem seus fornecedores, o que gerou uma queda na produção de muitas peças.
O setor não só sofreu com a falta de fornecimento como também de público, que passou a frequentar menos as ruas. No entanto, esse cenário durou pouco tempo, pois o mercado de fashion tech inovou ao investir em compras e vendas pela internet. Ficou mais fácil pedir peças e acessórios em aplicativos e sites, assim, as grifes driblaram a crise econômica e conseguiram ampliar seu alcance de público.
O e-commerce foi de grande peso e importância para o mercado de moda e de luxo, mas não é apenas ele que mantém o crescimento da área como um dos que mais faturam economicamente. Nos tópicos abaixo, vamos discutir os fatores que fazem o mercado das luxuosas marcas fashions se manter no topo do faturamento.
Redes sociais
Que as redes sociais lançam trends todos os dias não é novidade, muitas pessoas seguem o que viraliza na internet, reproduzindo desde memes até comportamentos mais complexos, como um determinado estilo de vida. Um exemplo disso é que, entre o final de 2021 e o começo de 2022, o estilo “clean girl”, inicialmente lançado no TikTok, viralizou ao ponto de meninas o adotarem como um padrão de vida.
A clean girl basicamente usa roupas de tons mais neutros e evita estampas e acessórios muito coloridos. O cabelo, na maioria das vezes, está preso em um coque denominado Hailey Bieber, em homenagem à esposa do Justin Bieber, que é uma das grandes referências do estilo clean girl. Essa modalidade também influenciou o setor de beleza, pois para se enquadrar no estilo clean girl é necessário uma rotina de skincare e o uso de maquiagens mais naturais.
Esses estilos, que somem e aparecem, influenciam diretamente o mercado da moda, principalmente a de luxo, que oferece exclusividade para o seu público. O estilo que mais movimentou o mercado da moda foi o old money, que agora foi substituído pelo quite luxury, que envolve ter seu estilo estruturado em grandes marcas de luxo, mas sem ostentar logos ou etiquetas.
Todo esse movimento de trends nas principais redes sociais ajudam a evidenciar mais as marcas. Por exemplo, no estilo clean girl, Balenciaga e Miu Miu foram destaque, enquanto no old money, grifes mais clássicas como Chanel foram protagonistas.
Representatividade
O mercado da moda sofreu e ainda sofre grandes críticas por priorizar corpos considerados irreais, explorando padrões que não são acessíveis para a maioria das pessoas. Apesar das principais modelos ainda serem altas e magras, há um movimento de representatividade que está tomando as passarelas, sendo mais comum ver modelos fora do padrão estabelecido pelas indústrias.
Nomes como Fluvia Lacerda, Letticia Muniz e Ashley Graham se tornaram referência no mercado plus size, dando mais visibilidade aos corpos que são considerados fora do padrão do mercado da moda. Outra modelo que ajuda na representatividade de diferentes corpos é Winnie Harlow, que apesar de ser alta e magra, tem vitiligo. A modelo fala sobre a doença e deseja ser referência para outras meninas que sofrem do mesmo problema.
Toda essa onda de representatividade, iniciada pela Geração Z, que apenas compra e consome de marcas que atendem suas necessidades, ajudou as grandes grifes a alcançarem novos públicos. As marcas que não fizeram isso consequentemente sofreram danos financeiros. Um exemplo de uma marca que não se inovou foi a Victoria Secrets, que foi ultrapassada pela grife da Rihanna, Fenty, que priorizou diferentes modelos nas passarelas para os lançamentos de lingeries.