Números sugerem mudanças no cenário da pandemia
Aumento nas internações sugerem mudança de cenário da pandemia na RMC
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Foto: Lucas Selvati
Da Redação
A taxa de novos casos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) avançou 384% na 46ª Semana Epidemiológica correspondente ao período dos últimos dias 8 a 14. Apesar das distorções causadas pelos números represados, o aumento de 18% nas internações no Estado de São Paulo, e de 19% no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), sugere mudanças no cenário da pandemia.
Embora imprecisos para fins de análise sobre o comportamento da doença, os dados observados pelo Observatório PUC-Campinas mostram que o aumento de 384,5% na RMC, resultante de 2,8 mil novas infecções no período, foi também evidenciado no DRS – Campinas, que manifestou alta de 350,8% depois de contabilizar 3.859 contaminações.
Panorama da pandemia
Para o infectologista da PUC – Campinas, dr. André Giglio Bueno, a criação de uma base de dados municipal com estatísticas de atendimentos diários assintomáticos respiratórios em unidades de pronto atendimento, bem como de internações por suspeita de covid-19, ajudaria a entender o panorama da pandemia em tempo real. Ele diz, contudo, que não há como ignorar o crescimento das hospitalizações em todo o Estado, levantando indícios sobre o avanço do vírus nos próximos meses.
“Devemos, portanto, seguir recomendando o máximo rigor na adesão às medidas de prevenção, como distanciamento físico, utilização de máscaras, higiene adequada das mãos e de superfícies, além de evitar exposição em ambientes fechados e com pouca ventilação”, reforça André Giglio.
Economia
Do ponto de vista econômico, a possibilidade de uma segunda onda gera preocupações, uma vez que a atividade econômica e o mercado de trabalho ainda sentem prejuízos iniciais da pandemia. Na comparação com o ano passado, os setores da Indústria e de Serviços apresentam quedas de 7,2% e 8,8%, respectivamente. O comércio, que atingiu os patamares do ano passado, sobretudo após a reabertura dos estabelecimentos, teme novos efeitos negativos em caso de recuo nas medidas de flexibilização para o funcionamento das atividades comerciais.
De acordo com o economista da PUC – Campinas, Paulo Oliveira, o possível avanço do vírus assusta ainda os trabalhadores acometidos pelo fechamento de vagas e diminuição de oferta de postos de trabalho no decorrer do ano. Apesar da geração positiva nos últimos três meses, o saldo de empregos na RMC em 2020 segue negativo em 19,4 mil postos, segundo o Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.