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Nova crise hídrica pode atingir o Estado entre 2025 e 2027, alerta especialista

Por Redação

Foto: Consórcio PCJ/Divulgação

O Consórcio PCJ realizou na manhã desta quinta-feira, dia 26, a sua 95ª Reunião Ordinária do seu Conselho de Associados com a presença do hidrólogo e professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo. Em sua apresentação, Zuffo apresentou cenários e comportamentos hídricos no Estado de São Paulo e nas Bacias PCJ, no qual se constata a intercorrência de Crises Hídricas a cada 11 anos, portanto, segundo ele, a região estaria próxima de um novo evento hidrológico extremo, que deverá ocorrer entre 2025 e 2027.

Esse comportamento climático é chamado de Ciclo de Schwabe e prevê a ocorrência de crises entre oito e 13 anos, com média de 11. Segundo o professor da Unicamp, ocorreram crises hídricas no Estado de São Paulo em 1992, 2003, 2014/15, respeitando esse modelo de intervalo, o que leva a crer que ao final de 2025 existam grandes chances de termos um evento extremo como o verificado em 2014, quando o Sistema Cantareira quase secou, sendo necessário explorar as águas do volume morto, também chamado de volume estratégico.

Zuffo também alertou sobre a situação das vazões Q7, 10 nos rios da região, que é o valor anual da média de 7 vazões diárias consecutivas que pode se repetir, em média, uma só vez a cada dez anos, ou seja, período de retorno de 10 anos. Essa vazão está ficando menor a cada ano devido ao comportamento climático chamado Efeito José. Esse efeito ocasiona longos ciclos de período úmido e seco, em intervalos de 30 a 50 anos entre eles. Para explicar esse comportamento, o professor da Unicamp usou como exemplo a vazão Q7, 10 na Bacia do Rio Camanducaia, durante o período úmido anterior ao que estamos vivendo, que estava em 8,03 m³/s, mas no período seco atual está em 2,78 m³/s devido à fase de estresse hídrico, que ainda deve durar por mais 30 anos.

Para ampliar a segurança hídrica frente a uma possível nova crise, Zuffo destacou duas medidas que precisam ser adotadas pelos gestores: as variações climatológicas extremas, como os ciclo José, tem de ser consideradas nos Planos de Longo Prazo para Abastecimento, Energia, Irrigação e para a Indústria. A construção de reservatórios de regularização é necessária para a segurança hídrica. E quanto aos possíveis impactos da nova crise, estão a redução da geração de hidroeletricidade, por causa da redução das vazões dos rios, e a queda da produtividade agrícola pela diminuição das chuvas.

O presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Limeira, Mario Botion, comentou que a entidade emite alertas constantes sobre a situação hídrica das Bacias PCJ e sugere medidas de acordo com o nível de criticidade, e sugeriu aos municípios da região para se manterem alertas ao comportamento climático.

O prefeito de Corumbataí, Leandro Martinez, presente à reunião, destacou a necessidade de informar a comunidade sobre a situação hídrica e sugeriu que o Consórcio PCJ faça um documento de alerta sobre o momento e encaminhe às cidades das Bacias PCJ. A sugestão foi aceita e a Secretaria Executiva do Consórcio vai redigir o documento para ser divulgado em breve.

 “Gestão Sustentável da Água”

Durante a Reunião Plenária, o Consórcio PCJ entregou o troféu de reconhecimento das cidades com “Gestão Sustentável da Água”, em comemoração aos 35 anos da entidade e enaltece o trabalho dos municípios de busca e manutenção da sustentabilidade hídrica local.

Na ocasião, o Consórcio PCJ entregou o certificado de Mérito Ambiental aos autores do Livro “Três Décadas de Conservação das Matas Ciliares nas Bacias dos Rios Piracicaba Capivari e Jundiaí”, que marca a celebração dos 30 anos do Programa de Proteção aos Mananciais da entidade. Receberam o certificado: Maria Christina Pacheco, Carlos Alberto Schincariol, Eduardo Paniguel, Martim Ribeiro, e o Presidente do Consórcio PCJ, Mario Botion, em reconhecimento pelo apoio na realização da publicação, que ainda contou com textos de autoria de membros da secretaria executiva: Andréa Borges, Flávio Forti Stenico, Francisco Lahóz e Murilo Sant’Anna.

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