Mulher é presa por racismo em salão de beleza: 'tenho nojo de pessoas da sua cor'
Por Fábio Estevam / Jornal de Jundiaí
Uma mulher de 45 anos foi presa por racismo, em um salão de beleza, em Itupeva, na tarde desta sexta-feira (29), acusada por uma funcionária do local por injurias como "tenho nojo de pessoas da sua cor" e "diferente de você eu sou branca e bonita". A detenção foi feita por policiais militares, que a conduziram ao Plantão Policial, onde o delegado Rodrigo Carvalhaes determinou sua prisão em flagrante.
Por volta das 16h desta sexta, a mulher entrou no salão de beleza, perguntando se no local era realizado o procedimento estético 'mega-hair'. Ao ser informada pela funcionária (que é negra), de que o salão não trabalhava com esse procedimento, a 'cliente', segundo a vítima, ficou inconformada e comentou: "Você deveria saber fazer mega-hair, pois é negra africana". Em seguida, ela novamente atacou a vítima, proferindo: "tenho nojo de pessoas da sua cor" e "estou acostumada a lidar com pessoas da sua cor".
Ao ser expulsa do local por clientes, ela então esfregou o dedo em seu próprio antebraço, se dirigindo à vítima com os dizeres: "diferente de você eu sou branca e bonita".
A PM foi acionada e conduziu as partes para o Plantão Policial, onde a indiciada negou parte das acusações. De acordo com seu relato ao delegado Carvalhaes, ela de fato chamou a funcionária do salão de "negra africana", mas que isso seria "constatação de uma realidade social", alegando que não possui nenhum tipo de preconceito.
Também questionada pelo delegado se de fato cometeu o ato racista de esfregar o dedo no braço, falando sobre a diferença de cor, ela disse não se recordar, mas que, se fez, foi para mostrar os ferimentos que sofreu ao ser expulsa do local pelas clientes.
O marido da indiciada esteve no Plantão Policial e foi informado da prisão da esposa, ficando com o carro dela, que foi encaminhada a uma cela da cadeia feminina da cidade, após o delegado determinar sua prisão em flagrante.
O caso ficará sob responsabilidade da delegacia de Itupeva para ser investigado.
A vítima foi informada quanto ao prazo legal para processar sua algoz.