MPE pede à Justiça prisão de ex-funcionária da Unicamp suspeita de desvios milionários
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O Ministério Público Estadual pediu à Justiça a prisão preventiva e a quebra de sigilo bancário da ex-funcionária da Unicamp, Ligiane Marinho de Ávila, suspeita de desvios milionários de verbas destinadas para pesquisas no Instituto de Biologia da Unicamp.
A funcionária foi demitida em janeiro da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), onde era responsável por auxiliar os pesquisadores na gestão das verbas, quando as suspeitas vieram à tona.
Desde então, é investigada pela Polícia Civil de Campinas e pelo MP.
Os pedidos da Promotoria foram feitos depois que o delegado do caso indiciou a ex-funcionária por peculato, o crime de desvio de dinheiro público para proveito próprio.
Durante o inquérito, Ligiane não foi encontrada pelos investigadores nos endereços dela no Brasil para prestar esclarecimentos.
A Promotoria de Justiça afirma no pedido que a prisão de Ligiane é necessária uma vez que ela, ao sair do país, “buscou se ocultar para não responder pelos fatos pelos quais foi indiciada”. O caso agora será analisado pela Justiça de Campinas.
À Polícia Civil, o advogado da suspeita pediu depoimento por videoconferência admitindo que ela está fora do país e não tem previsão de voltar ao Brasil.
O advogado Rafael de Azevedo, que defende Ligiane, disse que por diversas vezes solicitou a oitiva da cliente, mas ainda “não foi notificado para apresentar sua versão, assim não conseguiu esclarecer sobre os fatos”.
Uma auditoria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo detectou cerca R$ 5 milhões em transferências à suspeita e apura o valor que de fato foi extraviado. Já a Unicamp constatou que, do dinheiro movimentado pela ex-funcionária, cerca de R$ 3 milhões foram extraviados das pesquisas.