Mortes por coronavírus aumentam 12,4% no DRS-Campinas, revela Observatório PUC
O infectologista André Giglio Bueno afirma que um lockdown deveria ter sido adotado pelos municípios da região
Foto: Lucas Selvati/JI
Nota técnica do Observatório PUC-Campinas, divulgada na última segunda-feira, 5, mostrou que o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas) registrou 11,4 mil novos casos de coronavírus entre 28 de março e 3 de abril – 8% a menos do que na semana anterior. Em contrapartida, o número de mortes, 548 no total, aumentou 12,3%.
De acordo com o infectologista da PUC-Campinas, André Giglio Bueno, as novas internações por coronavírus cresceram em ritmo menos acelerado na região de Campinas, com aumento de 4% na comparação com a última semana epidemiológica; contudo, o sistema de saúde permanece sobrecarregado.
Bueno afirma que um lockdown deveria ter sido adotado, para interromper o avanço da pandemia e o colapso na saúde. “Uma parcela da população segue alheia ao que está ocorrendo ao seu redor ao promover aglomerações e desrespeitar medidas eficazes de prevenção. Com o último feriado, bem longo em algumas cidades, festas e encontros familiares aconteceram, o que nos sugere um crescimento na curva de contágio no decorrer das próximas semanas”.
Economia
O novo auxílio emergencial, cuja 1ª parcela começou a ser paga ontem, terá valor médio de R$ 250, montante bem inferior ao pago no início da pandemia. O economista Paulo Oliveira avalia que uma parcela não negligenciável do consumo regional tenha sido sustentada pelo auxílio e, com a redução do valor, haverá iminente redução de demanda na economia. “A massa salarial da RMC, segundo apurou um estudo do próprio Observatório PUC-Campinas, é de cerca de R$ 3 bilhões por mês (...) entre abril e dezembro de 2020, 2,5 bilhões foram injetados por meio do benefício, que equilibrou a renda e promoveu a manutenção do consumo dos mais pobres. Para o 2º trimestre deste ano, o auxílio deve ter impacto relativamente reduzido como dinamizador do consumo, dada a diminuição do programa em termos monetários e de cobertura”, explica.
Oliveira destaca que “sem medidas realmente efetivas de proteção da renda e do emprego, e diante do atual cenário econômico, social e sanitário, a retomada da atividade econômica nacional e regional, de certo, será lenta”.