Morcego lembra assombração e mistério
Por GB Edições
Já que o Dia das Bruxas está aí, nada mais legal que saber um pouco sobre as vidas dos morcegos, afinal, sempre que se fala de bruxa, os morcegos entram na pauta. Pelo menos nos contos e desenhos animados, em um bom feitiço é quase que obrigatório uma pitada de asa de morcego, ou um dente de morcego e assim por diante. Nos castelos mal-assombrados, os morcegos também são os personagens principais. Mas, deixando os contos assustadores de lado, os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar, tendo seus membros anteriores (mãos e braços) transformados em asas, que são diferentes das asas das aves e dos extintos pterossauros.
Especula-se que no mundo existam pelo menos 1.116 espécies de morcegos, que possuem uma enorme variedade de formas e tamanhos. Eles podem ter uma envergadura de cinco centímetros a dois metros.
Os morcegos tem enorme capacidade de adaptação, ou seja, em quase todos os lugares que vão, conseguem se adaptar e têm ainda uma ampla diversidade de hábitos alimentares. Os morcegos têm a dieta mais variada entre os mamíferos, pois podem comer frutas, sementes, folhas, néctar, pólen, pequenos vertebrados, peixes e sangue.
Somente três espécies se alimentam exclusivamente de sangue: são os chamados morcegos hematófagos ou vampiros, encontrados apenas na América Latina e no Sul do México. Dessa maneira, morcegos contribuem substancialmente para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas, pois atuam como polinizadores, dispersores de sementes, predadores de insetos (incluindo pragas agrícolas), fornecedores de nutrientes em cavernas e vetores de doenças silvestres, dentre outras funções. Possuem ainda o extraordinário sentido do eco localização (biossonar ou orientação por ecos), que utilizam para orientação, busca de alimento e comunicação.
VOCÊ SABIA?
- No Brasil, os morcegos são considerados espécies silvestres, e por isso são protegidos por lei. A sua perseguição, caça ou destruição são consideradas crimes. Morcegos são, no Brasil, a segunda maior ordem de mamíferos, com pelo menos 172 espécies distribuídas em nove famílias e 64 gêneros, sendo que a maioria das espécies do país pertence à família Phyllostomidae. Cerca de 50% dos morcegos brasileiros se alimentam de plantas, dependendo delas ou não, diferente do padrão geral para a ordem Chiroptera como um todo, que contém 70% de espécies insetívoras.
- O morcego é sagrado em Tonga e na África Ocidental e frequentemente é considerado a manifestação física de uma alma separada. Na cultura popular, os morcegos estão intimamente relacionados aos vampiros, que se diz serem capazes de se metamorfosear em morcegos. São também um símbolo de fantasmas, morte e doença. Entre alguns nativos americanos, como os Creeks, Cherokees e Apaches, o morcego é um espírito embusteiro. A tradição chinesa afirma que o morcego é um símbolo de longevidade e felicidade, bem como na Polônia, na região da Macedônia e entre os Árabes e Kwakiutls.
- Na cultura ocidental o morcego é frequentemente associado à noite e à sua natureza proibida. É um dos animais básicos associado com os caracteres ficcionais da noite, tanto a vilões como Drácula, quanto a heróis como Batman.
- Embora não se deva ter um medo desmesurado de morcegos, deve-se evitar manipulá-los ou tê-los no lugar onde se vive, tal como acontece com qualquer animal selvagem.
- Os morcegos vampiros têm dentes muito pequenos e afiados, então podem morder uma pessoa adormecida sem que sejam sentidos. Além disso, eles são muito pequenos (cerca de 30g), seu ataque é muito sutil e sua mordida é superficial, por isso é difícil que acordem a presa.
- Ainda que o perigo de transmissão de raiva se resuma aos locais onde essa doença é endêmica, dos poucos casos relatados anualmente em algumas localidades, a maioria é causada por mordidas de morcegos. Porém, em muitos dos lugares, especialmente nas cidades, os principais transmissores da raiva ainda são cães e gatos. Embora a maioria dos morcegos não tenha raiva, os que têm podem ficar pesados, desorientados, incapazes de voar, o que torna mais improvável que entrem em contato com seres humanos.