Montanhismo e o itatibense que é craque nesta arte de subir montanhas
Por Tati Petti
Já pensou escalar mais de 100 montanhas? Pois tem um itatibense que já conquistou este feito! Ele se chama Pedro Hauck, é craque nesta arte do montanhismo e por isso lembrei dele quando estive no Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, no ano passado. Sabe nossa edição de janeiro falando da Calçada da Fauna? Fica no mesmo lugar deste primeiro parque do Brasil, criado em 1937.
Bem em frente, no Centro de Visitantes Wanderbilt Duarte de Barros, tem a Sala de Montanhismo Cel. Edson Ferreira Santiago – que criou a Câmara Temática de Montanhismo e Ecoturismo (CTME) entre outras ações no local. Tem, por exemplo, a exibição de nós mais utilizados em escaladas na região do Itatiaia.
Lá fica o famoso pico das Agulhas Negras, com 2.790,94 metros de altitude, o ponto culminante do Estado do Rio de Janeiro, e o quinto mais alto do Brasil. No fim de semana passado, este craque itatibense de quem falei escalou a terceira montanha mais alta do Brasil, a Pedra da Mina na Mantiqueira, com 2.798 metros de altitude.
PRÓXIMA PARADA
A próxima parada dele, agora, é o Kilimanjaro, na Tanzânia - o ponto mais alto da África (5.895m). De lá, Pedro segue para o Nepal - país entre a Índia e o Tibete, conhecido pela Cordilheira do Himalaia, onde fica o Monte Everest. Uau!
Aliás, também é nepalesa uma das montanhas que ele mais gostou de escalar: Himlung Himal, de 7.126 metros de altitude!!! “Fui o primeiro brasileiro a fazer cume nesta montanha nepalesa e foi uma experiência bacana pelo local onde ela está localizada”, relembrou.
Para chegar lá, ele fez um percurso pelo pouco conhecido Vale de Nar, onde a milenar cultura tibetana está muito preservada. “Lá pude conhecer vilarejos super antigos, como Phoo, que parece uma cidade da antiguidade!”, relatou.
Se não bastasse ter que desbravar a montanha, ainda encarou desafios do tempo. “A escalada não foi fácil. Pegamos uma tempestade de neve que cobria as barracas, mas mesmo assim chegamos ao cume”.
AVENTUREIRO
Pedro me disse que, quando era criança, queria ser repórter e aventureiro porque adorava os quadrinhos do Tintim. “Também queria ser arqueólogo ou paleontólogo, o que também é uma profissão que envolve aventura, ciência e descobrimento. De certa forma eu fiz isso, pois estudei Geografia, mais tarde Geologia e inclusive fiz pesquisas no Parque Nacional da Serra da Capivara, onde está o sítio arqueológico mais antigo do Brasil”, contou. Hoje ele é empresário e guia de montanha, e segue sendo um aventureiro, como queria ser!
PARA SEGUIR ESSES PASSOS
Se você quer ser um montanhista, Pedro dá a dica de como começar. “Comece acampando com seus pais, depois com amigos. Mais tarde, procure fazer trilhas com os mais experientes. Aprenda com eles sobre o ambiente montanhoso, como evitar os perigos, o que fazer se você se perder, como prevenir acidentes. Quando você começar a fazer trilha sem alguém mais experiente, a evolução é inevitável”, avisou.
Além de ir ganhando experiência aos poucos, outra dica importante é estudar o montanhismo e as montanhas, além de sempre tomar muito cuidado. “Montanhismo é lindo e muito prazeroso. Escalamos para viver, porém é necessário prudência e muitos cuidados, pois se acidentar em locais remotos é potencialmente perigoso”, avisou.
Estar bem de saúde e não ser sedentário também está na lista. “Subir montanhas é uma atividade de baixa intensidade, mas muito prolongada. O ideal é começar pelas mais baixas e ir progredindo aos poucos”. Entendido o recado? Boas aventuras, Pedro!