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Ministério das Comunicações monta imagem na qual exclui Rebeca Andrade

Gafe repercutiu mal no meio político e entre a população; pasta fez segunda montagem, incluiu a imagem da ginasta e pediu desculpas pelo ocorrido

Por Redação

Foto: Reprodução Internet

Por Estadão Conteúdo

O Ministério das Comunicações apagou a ginasta Rebeca Andrade de uma montagem destinada a divulgar o programa "Computadores para Inclusão". Na noite de segunda-feira, a pasta fez a publicação com a exclusão da atleta brasileira da icônica foto em que é reverenciada no pódio do solo feminino dos Jogos Olímpicos de Paris pelas americanas Simone Biles e Jordan Chiles. Após a repercussão negativa nas redes sociais, a publicação foi removida do perfil do ministério e substituída por uma nova montagem, na qual Rebeca não é excluída da foto.

Na montagem publicada no Instagram, o Ministério das Comunicações apagou Rebeca da fotografia e incluiu o logotipo do programa no lugar da ginasta. "Estamos subindo ao pódio da inclusão, conquistando medalhas de ouro em acesso e oportunidade", dizia a legenda da publicação. Procurado pelo Estadão, o ministério não respondeu ao pedido de esclarecimentos.
 
A montagem repercutiu de forma negativa nas redes sociais e foi criticada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ministério das Comunicações do Lula retira Rebeca Andrade de sua foto histórica em 1º lugar no pódio das Olimpíadas e troca por um computador em publicação no Instagram", escreveu o ex-presidente.

A publicação original foi removida do perfil no Instagram do Ministério das Comunicações na manhã de ontem e substituída por uma nova montagem. A legenda da segunda publicação pede retratação pelo ocorrido. "Pedimos sinceras desculpas à Rebeca e a todos os brasileiros e brasileiras pela postagem anterior", disse o ministério.

O Ministério das Comunicações é comandado por Juscelino Filho, indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A corporação imputa crimes ao ministro em um caso envolvendo possíveis desvios de verbas públicas na estatal Codevasf. O caso foi revelado pelo Estadão em janeiro de 2023.

Apesar do indiciamento, Lula manteve o ministro no cargo, alegando que, até que o processo seja concluído pela Justiça, Juscelino detém a presunção de inocência. O deputado federal licenciado também está blindado por seu partido, o União Brasil, que lhe prometeu apoio "incondicional".

O programa "Computadores para Inclusão" favoreceu, em 2023, a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, reduto eleitoral de Juscelino. O município é chefiado pela irmã do ministro e, no ano passado, recebeu 120 computadores por meio da iniciativa. O número desvia do padrão de recebimento de equipamentos por outras cidades do Maranhão. A pasta, em contrapartida, diz que o programa segue diretrizes "técnicas".

Não foi a primeira do governo Lula a se envolver em uma controvérsia desde o início das Olimpíadas. Logo no primeiro dia da competição, durante a cerimônia de abertura, o Ministério do Esporte fez uma publicação de cunho racista sobre a delegação do país. A pasta publicou a foto de um chimpanzé segurando o volante de um barco com a legenda: "Todo mundo aguardando o nosso barco".

O ministério apagou a publicação minutos depois, pediu o desligamento imediato do autor e, em nota, afirmou que o ocorrido foi "inadmissível". Na última terça, 30, o Ministério de Minas e Energia e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) publicaram montagens com outra foto icônica de um atleta brasileiro, a do surfista Gabriel Medina "voando" em uma onda.

O uso da imagem foi irregular, pois não atribuía o crédito das fotografias aos seus autores. As postagens foram retificadas após o Estadão questionar o governo federal sobre o direito do uso do material. O ministério apagou a postagem, enquanto o vice-presidente acrescentou um comentário com os créditos do fotógrafo.

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