Médico da Santa Casa afirma que menos de 10% das cidades brasileiras possuem clínica de hemodiálise
De acordo com o nefrologista, Itatiba é privilegiada por ter um centro de hemodiálise
Da Redação
Na última segunda-feira, dia 9, a reportagem do JI esteve na Santa Casa de Misericórdia, onde teve a oportunidade de visitar o Centro de Hemodiálise do hospital, em funcionamento desde 2014 e que atualmente atende a 91 pacientes. Acompanharam a equipe o nefrologista Carlos Alberto Bertoni, um dos responsáveis pelo local; e a técnica de enfermagem, Edneia de Souza.
Bertoni explicou que a hemodiálise é um tratamento responsável por filtrar o sangue, eliminado toxinas e resíduos a partir do momento em que os rins param de funcionar, agindo assim como um rim artificial. O especialista explicou que em alguns casos, seguindo o tratamento correto, a pessoa que sofre de insuficiência renal crônica acaba revertendo o problema, não havendo mais a necessidade de fazer hemodiálise.
O médico responsável explicou que o tratamento não provoca nenhum efeito colateral e afirmou que com o alto nível dos equipamentos que a clínica possui as complicações são praticamente zero.
Privilégio para Itatiba
Antes da existência o centro de tratamento na Santa Casa, os pacientes realizavam o tratamento em outros municípios, o que era um risco, levando em consideração o estado grave dos mesmos. “Atualmente, apenas 7% ou 8% dos municípios brasileiros possuem um centro de hemodiálise, por isso, é um privilégio para Itatiba ter um lugar como esse”, comentou o nefrologista.
Bertoni ressaltou, ainda, que todas as cidades do País deveriam ter uma clínica de hemodiálise. “O governo deveria dar mais estímulo e melhorar o nível de acolhimento deste paciente renal crônico, além de melhorar a remuneração das entidades que atendem porque está bem defasado”, acrescentou.
Acordo com a prefeitura
No mesmo dia, a reportagem do JI também conversou com o provedor da Santa Casa, Emerson Netto, sobre a audiência para tratar o acordo entre a prefeitura e o hospital, que deverá ocorrer na última semana deste mês. O provedor afirmou que tem mantido contato diariamente com o secretário de Saúde, Fabio Nani, e com o secretário adjunto, Carlos Leme. Após determinação do juiz Orlando Haddad Neto, as duas partes têm levantado amostras de custos de Santas Casas similares a de Itatiba, que deverão ser apresentadas durante a audiência.
Segundo Emerson Netto, o juiz fará uma média simples do que for apresentado e determinará o valor do contrato. Como quem entrou com a ação judicial foi a prefeitura, cabe recurso por parte da Santa Casa, caso não concorde com o valor determinado. O provedor, no entanto, explicou que este não é o interesse, “o objetivo é chegar a um acordo”, afirmou.