Mais de 400 pessoas morrem por dia por doenças relacionadas ao tabagismo
De acordo com o cardiologista José Claudio Carrete e Silva, os fumantes fazem parte do grupo de risco do coronavírus
Foto: JI/Lucas Selvati
Da Redação
Amanhã, dia 31, é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. Em entrevista ao Jornal de Itatiba – JI, o clínico geral e cardiologista José Claudio Carrete e Silva afirmou que o cigarro, que contém tabaco, é a maior causa evitável de doença e morte existente, matando, só no Brasil, 428 pessoas por dia, resultado de 4,7 mil substâncias patogênicas que são mascadas ou inaladas por suas vítimas.
O cardiologista esclareceu que a nicotina está mais ligada à dependência química causada pelo hábito de fumar. “As substâncias que seriam mais agressivas para o pulmão são o monóxido de carbono, folmaldeído, alcatrão, entre outras”.
Apesar de o fumante ser um dependente químico, e a dependência química ser uma doença difícil de interromper como uma droga, não é impossível parar com o ato de fumar. Nos últimos 12 meses, houve uma queda de 40% no número de fumantes no Brasil, que, de acordo com o especialista, é “fruto das políticas públicas implantadas para o controle do tabagismo”. “Para parar com este hábito, deve haver determinação, vontade, consciência de que é capaz, além de dar o devido valor à saúde antes que seja tarde. Não existe um tratamento infalível, porém uma ajuda profissional pode ser útil. Em 2016 escrevi um manual de ajuda para tabagistas, um guia prático e objetivo para ajudar estas pessoas”, completa Carrete.
Tabaco e covid-19
Segundo o médico, os fumantes fazem parte do grupo de risco do coronavírus, pois os pulmões estão mais vulneráveis e são o principal alvo do vírus. “O ato de fumar em si não aumenta o risco de contrair a doença, pois o fumante está sujeito a se infectar como qualquer outra pessoa não fumante”.
O cigarro eletrônico e o narguilé também podem transmitir o coronavírus, se os dispositivos forem compartilhados com outra pessoa.
Cigarro eletrônico e narguilé
Alguns fumantes têm a ilusão de que se utilizar o cigarro eletrônico estará prejudicando menos a sua saúde. Segundo o médico, o dispositivo é pior do que um cigarro comum, mantendo o vício e os riscos para a saúde, além de vender a ideia de um produto mais seguro.
O narguilé também traz prejuízos, onde os danos são ainda maiores por haver mais fumaça aspirada por “rodada”.
Fumantes passivos
Os fumantes passivos, segundo a explicação do especialista, são as vítimas por “tabela”. “Ao conviver com um fumante, em casa ou no trabalho, o fumante passivo tem 25% mais chances de contrair as doenças que vêm do cigarro, em relação a aquele que não convive”.
Mesmo sem fumar, inalar a fumaça daquele que está fumando é extremamente prejudicial à saúde. Sentir cheiro de cigarro significa inalar substância tóxica e causadora da doença. São mais de 56 doenças relacionadas ao tabagismo, entre elas o AVC, bronquite, infarto, entre outras.