Mãe será investigada por suspeita de prostituir a própria filha, de 15 anos, em Jundiaí
Mãe e filha moram em Campo Limpo Paulista e estavam em um bar na região central de Jundiaí, quando foram abordadas por policiais militares, após denúncia
Por Fábio Estevam
Uma mulher de 31 anos, moradora em Campo Limpo Paulista, será investigada por favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual infantil, contra a própria filha, de 15 anos, em Jundiaí. A mãe foi detida por policiais militares, no fim da noite desta quarta-feira (14), em um bar na região central de Jundiaí, na companhia da filha e de dois homens.
No Boletim de Ocorrência, consta que o Conselho Tutelar foi acionado pelo delegado do Plantão Policial, mas que a profissional contactada se recusou a ir até a delegacia. Em entrevista ao Jornal de Jundiaí, porém, a conselheira citada explicou que tomou, por telefone, todas as providencias necessárias para garantir a segurança da adolescente vítima (leia mais ao final do texto).
O CASO
Já era perto de meia-noite quando PMs receberam informações de que neste bar estava ocorrendo prostituição infantil. Imediatamente os agentes foram até o local e se depararam com quatro pessoas em uma mesa, sendo duas do sexo feminino e dois homens - eles se afastaram assim que avistaram a chegada dos policiais. Os PMs então abordaram uma delas, de aparência mais jovem, que durante os questionamentos informou que tinha 20 anos de idade. Desconfiados, os militares também conversaram com a outra mulher, que acabou revelando que era mãe da jovem, e que a idade verdadeira da filha era 15 anos.
De posse de informações preliminares sobre possível crime de exploração sexual de crianças e adolescentes no local, e desconfiados após a mentira contada pela jovem sobre sua idade, os policiais então 'abriram o jogo' sobre o motivo da incursão no estabelecimento. A mãe, então, contou que já trabalhou neste bar fazendo encontros para programas sexuais em datas pretéritas, mas negou que estivesse se prostituindo naquele momento. Ela disse, ainda, que havia chegado ao bar mais cedo e, como sabia que a filha estava no Centro fazendo compras, pediu que ela a encontrasse no bar para pegar alguns produtos - no entanto, a genitora não especificou quais produtos eram esses, e a jovem não carregava consigo nada que tivesse comprado no Centro, como a mãe havia relatado.
O responsável pelo estabelecimento também foi abordado e questionado, e contou que mãe e filha haviam informado que eram maiores de 18 anos, e que viu poucas vezes a jovem no bar.
Todos foram conduzidos ao Plantão Policial, onde mãe e filha negaram que estavam no local se prostituindo.
SOBRE A ATUAÇÃO DO CONSELHO
Segundo o Boletim de Ocorrência, o Conselho Tutelar foi acionado, mas a conselheira contatada informou que não iria à delegacia. Também não foram localizados familiares que pudessem se responsabilizar pela adolescente. No documento ficou registrado pelo delegado plantonista, que "diante da recusa da conselheira em comparecer neste plantão, e na ausência de testemunha isenta que comprovassem os fatos alegados, a autoridade policial determinou que a adolescente fosse entregue para uma responsável, que se apresentou como amiga íntima da família, que compareceu a esse distrito e se comprometeu a apresentar a adolescente assim que chamada".
A conselheira tutelar citada no BO foi procurada pela reportagem e explicou que tomou todas as medidas cabíveis, por telefone, e resolvendo a situação. "Fui acionada por volta das 2h30 pela delegacia, por uma mulher muito educada, informando sobre o caso. Imediatamente eu tentei contato com o Conselho Tutelar de Campo Limpo Paulista, para que me ajudassem a localizar algum familiar da adolescente que pudesse acolhe-la, mas não consegui. Ainda em busca de um responsável, consegui achar uma mulher, que é amiga da família e cuidadora dos outros filhos da investigada. Ela me enviou fotos e outros documentos que comprovaram que, de fato, ela tinha essa ligação com a família e poderia se responsabilizar pela jovem. Inclusive, naquele exato momento ela estava com outro filho da investigada", disse a conselheira, que completou. "Ela se prontificou a vir até Jundiaí para buscar a adolescente e, neste momento, telefonei na delegacia e expliquei que esta senhora já estava a caminho para buscar a jovem. A cuidadora, inclusive, ficou responsável por comparecer com a adolescente ao Conselho Tutelar de Campo Limpo na manhã desta quinta-feira (15). Quando eu liguei em Campo Limpo hoje cedo, lá já estavam mãe e filha e a responsável encontrada por mim. Ou seja, cumpri com todas as minhas responsabilidades, não faltei com minha obrigação e a adolescente ficou e está protegida".
* com informações do Jornal de Jundiaí