Mãe de criança com deficiência visual conta sua jornada de superação
Em maio, serviço social da Laramara dá visibilidade a histórias de coragem de famílias com filhos (as) cegos (as) ou com baixa visão
Foto: Divulgação
Depois de perda do seu primeiro filho em decorrência da doença de Pelizaeus-Merzbacher, rara condição neurológica que afeta o sistema nervoso central, Eliana Gama conseguiu vivenciar novamente o sonho da maternidade, dando à luz ao seu segundo bebê Levi Louis dos Santos. Poucos meses depois, descobriu que seu caçula também foi diagnosticado com a mesma síndrome do seu primogênito. “Não foi fácil, mas o nascimento de Levi surgiu como uma nova oportunidade de ser mãe”, afirma Eliana.
Morador de São Paulo, Levi nasceu no dia 23 de abril de 2014, e logo no primeiro ano de vida, já apresentava os sintomas da doença como o atraso no desenvolvimento cognitivo, associado à deficiência visual. Segundo a mãe, foi desafiador no começo, mas a jornada de Levi é repleta de superações. “As pessoas que não conhecem a nossa história às vezes ficam impactadas com suas limitações, mas gosto que sempre vejam o melhor dele, pois é um garoto feliz, esforçado, interessado, comunicativo e ativo”, comenta.
Eliana conta que, nesse processo de superação, foi fundamental o apoio socioassistencial da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. “Fui recebida pelo serviço social, que nos acolheu e escutou a nossa história, onde apresentei toda a minha paixão pelo meu filho e iniciamos o processo de triagem, com avaliações para entender como o Levi enxergava e se desenvolvia. Um lugar de referência e aprendizado”.
Segundo Anderson Almeida, assistente social da instituição, “Levi e sua mãe são convidados frequentes para a realização de atividades na Laramara e sempre comparecem dispostos e com um sorriso no rosto. Participam de tudo com entusiasmo e prontidão. A agitação de Levi na cadeira de rodas mostra seu desejo pela brincadeira”.
Histórias como essa, cheias de dores, medos, mas também de superação e alegria, surgem frequentemente no serviço social da instituição, que já atendeu mais de 12 mil famílias. Completando 30 anos de existência, a instituição realiza atendimentos especializados: psicossocial, atividades socioeducacionais, pedagógicas e culturais para deficientes visuais e suas famílias, sendo referência na América Latina por projetos pioneiros.
No mês das mães, a Laramara acredita que dedicação de Eliana, deve servir motivação para muitas mães que se encontram na mesma situação. “Esse trabalho não é fácil, requer paciência, aprendizado e muito amor” finaliza Almeida.
Como apoiar os projetos assistenciais da Laramara:
Com a eclosão da Covid-19, a doação para programas da Laramara que asseguram o acesso ao atendimento especializado para mães e crianças com deficiência visual caíram drasticamente. Para minimizar os efeitos nocivos da crise econômica, a instituição busca o apoio da sociedade, das empresas e do Estado com a intenção de manter seus projetos assistenciais.
Formas de ajudar:
Imposto de Renda
Uma forma simples é a destinação de uma porcentagem, 1% para empresas e até 6% para pessoas físicas, do Imposto de Renda Devido. Quem estiver com o imposto para restituir também pode realizar doações pelo aplicativo do IR, dessa forma o contribuinte não tem nenhum custo extra.
Você também pode entrar em contato para conhecer os inúmeros projetos da Laramara para que a instituição continue atendendo centenas de pessoas mensalmente de forma gratuita ou, se preferir, pode acessar o site www.laramara.org.br/doe e fazer sua doação.
Sobre a Laramara
A Laramara é uma Instituição especializada em deficiência visual, muito atuante. Reconhecida como um importante centro de referência na América Latina, se dedica ao estudo, desenvolvimento de projetos e pesquisas na área da deficiência visual. Fundada em 1991, por iniciativa do casal Mara e Victor Siaulys, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas.
As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, desenvolvimento da eficiência visual - Baixa Visão e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs.
Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens, adultos e idosos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996, realizando atendimento para essa população.