Luisa Stefani retorna ao Brasil após giro na Ásia
Tenista foi campeã em Chennai, na Índia, e superada na estreia em Tóquio, no Japão, os dois primeiros torneios na volta às quadras depois de um ano parada
Foto: Divulgação
A paulistana Luisa Stefani foi superada, na quarta-feira (21), na primeira rodada do WTA 500 de Tóquio, no Japão, evento sobre o piso rápido com premiação de US$ 757 mil. Luisa e a japonesa Ena Shibahara, 12ª do mundo, perderam para as cabeças de chave 2, a canadense Gabriela Dabrowski e a mexicana Giulia Olmos por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/1. Foi a primeira vez que elas jogaram juntas e o segundo torneio de Luisa no retorno após um ano parada. A tenista voltou nesta quinta-feira (22) ao Brasil, onde decide os próximos passos do restante da temporada.
"Uma pena o jogo, mas foram os primeiros torneios no retorno, tem muita coisa positiva para levar. Perder é ruim, mas ao mesmo tempo sair andando da partida, sendo aplaudida por uma torcida muito educada, pelos japoneses, em uma das minhas quadras favoritas do mundo, é uma emoção. E relembrar a conquista da medalha nos Jogos Olímpicos. Sem falar em jogar junto com a Ena, que é uma ótima tenista. Dá para se perdoar um pouco mais, em perder para um time que é muito bom, que vem tendo um ano sensacional, principalmente nesse retorno. São jogos assim que me farão melhorar, competir nesse nível. Muito feliz de voltar para Tóquio e agora é retornar para o Brasil para recarregar um pouco", disse Luisa, que tem os patrocínios da Fila, Faros Private XP e XP Investimentos e conta com os apoios da Liga Tênis 10 e Bolsa Atleta.
"Mais uma vez o corpo segurou a onda, estou bem fisicamente, isso é o mais importante dessas duas semanas e muita coisa para refletir e levar para frente nas próximas semanas e meses", completou a atleta, que no primeiro torneio da gira foi campeã no WTA 250 de Chennai, na Índia, atuando ao lado de Dabrowski.
Fazendo história na carreira - Luisa, de 25 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo, onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis, atingindo as semifinais de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou a 10a. posição do ranking mundial juvenil.
Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia, e atingiu a segunda posição no ranking da ITA (Intercollegiate Tennis Association). Foi nomeada caloura do ano 2015 pela ITA, compilando uma campanha de 40 vitórias e apenas 6 derrotas. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF, o que não a impediu de conquistar 10 títulos e atingir outras 5 finais de duplas naquele circuito. Terminou 2018 como 215ª. do mundo em duplas e 753ª. em simples.
Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul, na Coréia do Sul, em outubro, com a então nova parceira, a norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do mundo.
Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos. Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 - a primeira brasileira desde 1976 - e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami, torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Em junho ganhou mais duas posições - 23º lugar. Conquistou, no fim de julho, a inédita medalha de Bronze Olímpica para o Brasil ao lado de Laura Pigossi. Continuou subindo no ranking e com o vice-campeonato em Cincinnati subiu para 17ª do mundo. Com a semifinal do US Open chegou a ser a 12ª do ranking e posteriormente ocupou o nono lugar na tabela durante o início de 2022.