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Foto: Arquivo Pessoal

Com apenas seus dezesseis anos, a jovem itatibense Maria Eduarda Rocha Polessi, a Dudinha, já vive o sonho de todos os amantes e adeptos do futebol, ou seja, integrar uma grande equipe profissional. Jogando no meio-campo, a adolescente disputou o Campeonato Brasileiro Sub-16 pelo time da capital e suas boas atuações chamaram a atenção do Departamento Feminino do Palmeiras.

De acordo com ela, por solicitação da Comissão Técnica do time profissional do Verdão, uma jovem do Sub-16 deveria “subir” e começar a treinar com as profissionais. A chance surgiu e suas boas atuações garantiram a ela a chance de fazer parte do elenco de elite do time palmeirense.

Num bate-papo exclusivo com a reportagem esportiva do JORNAL DO ITATIBA, a jovem contou em detalhes como se deu tudo isso, falou do seu amor pelo futebol, as dificuldades que passou, falou também sobre seus planos no futuro e deixou um conselho bem bacana com relação às meninas que, assim como ela, encontram dificuldades para praticar o esporte que amam, ou seja, o futebol.

            Confira, na íntegra, o bate-papo com a atleta:

JI: Fale um pouco sobre você, nome, idade, qual posição que você joga?

DUDINHA: Meu nome é Maria Eduarda Rocha Polessi, tenho dezesseis anos e jogo na posição de meio-campo.

JI: Você joga desde pequena. Chegou a praticar outros esportes? Como o futebol surgiu sua vida?

DUDINHA: Jogo futebol desde os meus seis ou sete anos. O futebol surgiu na minha vida quando estava tendo um treino em uma quadra da escola e fui treinar. De lá pra frente jogar futebol tornou-se muito importante na minha vida.

JI: De onde veio esse amor pela modalidade?

DUDINHA: Desde pequena sempre brincava com bola. Eu nunca quis saber de brincar com bonecas como outras meninas. Eu gostava mesmo é de estar sempre nas ruas jogando bola.

JI: Fale um pouco da sua carreira, quem te incentivou, onde você já jogou, quais foram suas conquistas?

DUDINHA: Meu tio Adriano Alves Rocha que me levou no primeiro treino que fiz. E de lá pra cá, minha mãe e meu pai estão sempre me incentivando e me apoiando até hoje eles sempre estão comigo pra tudo. Os times que já joguei foram Juventude, Itatiba, Tiger Corinthians, além do Palmeiras onde jogo hoje. Minha mãe e meu pai toda semana estão comigo me levando para os treinos. E queria registrar aqui também que meus primeiros técnicos no futebol foram os professores Luis Antonio da Penha (Lili) e o Fran Bertoni.

JI: Você chegou a atuar no Corinthians não é? Como foi essa experiência?

DUDINHA: Sim, já joguei no Corinthians e não foi uma das melhores experiências, porém, independente disso, sempre me dediquei e me dedico treinando bastante.

JI: Hoje você atua como profissional pelo Palmeiras. Como surgiu essa oportunidade, como é seu dia-a-dia no clube e o que você está achando dessa experiência?

DUDINHA: Sim, sou atleta profissional do Palmeiras. Essa oportunidade surgiu por uma amizade com Luis Pedro, conhecido como Batata, que me mandou uma mensagem dizendo que iria ter uma peneira do Sub-16 do Palmeiras no final do ano passado. Passei e participei do Campeonato Brasileiro Sub-16. Em seguida, o diretor do profissional feminino pediu para subir uma menina que estaria se destacando e jogando bem, eu fui escolhida, treinei a primeira vez com elas e hoje estou oficialmente no elenco profissional do Palmeiras Feminino.

JI: Desde pequena você sempre disputou juntos com os meninos não é? Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por meninas que querem jogar futebol?

DUDINHA: Sempre joguei com meninos, não tinha meninas pra jogar junto. Por isso hoje tem muitas meninas que batalham, meninas que dão o seu melhor, mesmo não tendo meninas pra treinar junto. Acredito que mulheres e meninas teriam que ter mais visibilidade no esporte do futebol não só no futebol como outros esportes também.

JI: Por ser menina e com dificuldades maiores que os meninos, alguma vez passou pela sua cabeça em desistir de jogar futebol?

DUDINHA: Nunca pensei em desistir. Sempre acreditei em Deus e nos meus pais que sempre estavam ali pra me apoiar e nunca não dava ouvidos para os meninos e outras pessoas que falavam coisas ruins e preconceituosas contra nós mulheres.

JI: Qual o conselho que você daria para meninas que, como você, querem jogar futebol chegar onde você chegou?

DUDINHA: Eu diria como motivação para você que tem esse sonho, que nunca desista da esperança de que um dia seus sonhos sejam realizados. A esperança é ainda mais importante quando os obstáculos parecem intransponíveis. Então, agarre sua esperança e a use para continuar caminhando na direção do seu objetivo, mesmo que seus avanços pareçam pequenos de vez em quando. Não dê ouvidos para pessoas que dão risada da sua cara e pessoas que inveja ou quer ser melhor do que todos. Uma frase que meus pais sempre me falam é – seja sempre humilde, sem humildade você não chega a lugar nenhum!

JI: Você tem contrato com o Palmeiras até quando? Quais são seus projetos dentro do futebol e, finalizando, você pensa em fazer parte da Seleção Brasileira?

DUDINHA: Tenho contrato com Palmeiras por um ano por eu ser menor, com apenas dezesseis anos, eles não poderiam dar mais anos de contrato. Meu foco agora seria ir para Seleção Brasileira vestir o manto sagrado do Brasil. Se Deus quiser esse sonho ainda vai se realizar.