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Foto: Anna Cerazza

Da Redação

A pandemia do coronavírus (covid – 19) já está alastrada pelo mundo todo, impactando os países economicamente, além de decretar quarentena para os cidadãos, que devem permanecer em suas casas, apenas devendo sair em caso de extrema necessidade.

Em Portugal, na última quinta-feira, foi estabelecida uma restrição de circulação entre pessoas, após ter decretado estado de emergência, para que não haja a propagação do vírus. Os portugueses devem ficar em isolamento obrigatório, e idosos com mais de 70 anos só podem sair em casos extremos.  Até ontem, dia 20, o país contava com 785 casos de infeção e três mortes.

Para saber da situação em Portugal em relação ao coronavírus, a reportagem do Jornal de Itatiba – JI entrou em contato com uma itatibense que mora há um ano e meio no país, Anna Cerazza, e que trabalha como autônoma com maquiagem e a marca Mary Kay, além de ser bailarina e atuar como figurante em algumas novelas e programas de TV em Portugal.

Segundo Anna, não há previsão de quando o país retomará as atividades. “Em um dia, os casos aumentaram mais de 50%. Aqui começou primeiro a cancelar shows e diminuir o fluxo de pessoas que iam aos bares, restaurantes e em locais de aglomeração. Agora, com o estado de emergência, estamos fazendo o máximo de reclusão e saindo em última necessidade, para mercado e farmácia. É muito comum ver pessoas de máscara ou luvas nos comércios, os horários estão todos reduzidos também, pois o comércio não pode parar, principalmente o de alimentação. As fronteiras estão fechadas, só são abertas para casos extremos, como quando são necessários remédios importados, e os voos também são cancelados”.

Impacto na economia

Anna afirma a situação desesperadora do país, principalmente em relação à economia. “Para quem trabalha como autônomo, é complicado, porque aqui eles disponibilizam um auxílio financeiro durante um período apenas, e este auxílio não chega a ser um salário mínimo. Os funcionários que estão em casa recebem em torno de 70% do salário e agora estão começando algumas brigas, pois em alguns países como a França, por exemplo, já há a isenção de custos para água, luz e gás. A gente não sabe o que vai ser da economia, dos trabalhos, do nosso dia a dia, na Europa já estão prevendo um a crise até o próximo ano”.

De acordo com Anna, não é necessário criar pânico, mas sim, entender o quão delicado é o momento, para que sejam tomadas as medidas preventivas corretamente. “Não é brincadeira, precisamos ter noção do que a gente está passando, ter informação é essencial, mas não devemos entrar em pânico. Vai ser um período de adaptação emocional, pois é complicada a falta de convívio social, são novos tempos, temos que criar uma nova opção de trabalho e readaptar hábitos, além de ser necessário que todos os países, incluindo o Brasil, entrem em quarentena também”, finaliza.

Alemanha

Também em entrevista ao Jornal de Itatiba – JI, a itatibense que mora na Alemanha há dez anos, Débora Moreira, também comentou a situação do país neste momento, que está em estado de alerta.

Segundo a fisioterapeuta, até ontem, havia 16.290 infectados na Alemanha, e 730 casos em Berlim. “Aqui, os bares, teatros, museus, hotéis, igrejas, campos de futebol, academias e shoppings estão fechados, porém ainda estão abertos os supermercados, farmácias, postos de gasolina, bancos, cabelereiros, barbearias e correios. A partir da próxima segunda-feira, dia 25, o isolamento ficará ainda mais rigoroso, podendo sair de casa apenas quem precisar trabalhar, e as cidades serão interditadas”.

Debora diz que a situação econômica também está complicada no país. “Já tem pessoas perdendo o emprego e há empresas reduzindo o salário dos funcionários de 30-50%. A expectativa é de que o isolamento dure até junho”, diz.