Itatiba EC/PMI joga neste sábado em Guarulhos pelo Super Paulistão de Handebol
Eu digo que Itatiba é marcante na carreira de todos os atletas. Quem já jogou contra ou jogou por Itatiba sabe o amor que esta cidade tem pelo esporte, disse Zebra ao Jornal de Itatiba
Após conquistar em casa sua primeira vitória no Super Paulistão de Handebol Masculino contra Osasco, o time do Itatiba EC/PMI volta a quadra na tarde deste sábado, onde a partir das 16 horas enfrenta o Corinthians/Guarulhos.
Será o penúltimo compromisso do time itatibense na fase classificatória. Depois dessa partida, volta a atuar no dia 14 de novembro em São Carlos, contra a equipe daquela cidade e dependendo dos resultados saberá se passa para as semifinais ou não.
Na partida contra Osasco, onde venceu por 30 a 25, o time de Itatiba teve como um dos destaques em quadra, o armador Bruno Carvalho, mais conhecido pelo apelido de Zebra. Com passagens pela seleção brasileira de handebol, Zebra concedeu entrevista ao Jornal de Itatiba para contar um pouco mais sobre sua carreira e onde também demonstou toda a sua admiração pelo trabalho realizado em Itatiba com o handebol.
JI: Há quanto tempo joga handebol e onde começou?
Zebra: Eu comecei em 2003, já há quase 20 anos. Como todo o atleta, o maior incentivo vem na escola. Através de um professor, eu fiz um teste, pois a escola já tinha um time de handebol mais velho e de tradição e acabei passando.
JI: Quais as principais equipes em que atuou?
Zebra: O meu primeiro contato foi através da escola mesmo. Os pais se uniam para pagar as taxas da federação e ali mesmo eu comecei minha trajetória. Depois eu fui para o Pinheiros, onde fiz minha base toda lá até o adulto. Depois tive passagem pelo Corin-thians/Guarulhos, Mogi das Cruzes onde fiquei um bom tempo também e agora estou em Itatiba.
JI: Como foi sua passagem pela seleção brasileira e quais os principais títulos ou resultados obtidos?
Zebra: Minha história na seleção brasileira começou cedo na categoria Cadete. Passei pelas demais categorias de base até chegar no adulto. É uma sensação única você poder levar o nome do seu país nos campeonatos, aprendi muito viajando e conhecendo outras culturas, outros estilos de handebol, como o europeu. Isso agregou muito para o meu curriculo esportivo. Eu coloco como principal título um torneio que nós disputamos na Tunísia, porque a gente sempre perdia da Argentina em final de Sul-Americano, Pan-Americano, era uma geração muito forte e neste torneio nós ganhamos deles na semifinal e depois na final ganhamos da Argélia. Foi o meu primeiro título internacional.
JI: Uma vitória marcante? Uma derrota que até hoje está engasgada?
Zebra: Dificil responder porque eu sempre costumo dizer que a vitória mais importante sempre é a próxima, mas posso colocar como mais importante o título conquistado na Tunísia. Já derrota, eu coloco todas para a Argentina, que era um adversário sempre dificil de ser batido e agora, em Itatiba, nós tivemos um derrota muito sofrida na classificatória para o Brasileiro. Eu me abalo muito com as derrotas e essa, mais recente, me abalou muito psicologicamente.
JI: Um técnico ou dirigente ou atleta com quem você aprendeu muito no handebol e te ajudou na carreira? Por que?
Zebra: Todos que passaram na minha trajetória foram importantes e marcaram. Mas a chegada do espanhol Jordi Ribera me fez crescer muito no handebol. Ele ficou um bom tempo na seleção brasileira, implantou acampamentos e hoje é técnico da seleção da Espanha. Ele é um cara com muita bagagem e aprendi muito com ele, pois estava na base quando ele chegou e pude vivenciar toda a trajetória dele no projeto da seleção.
JI: Há quanto tempo está em Itatiba? O que te trouxe a jogar pelo Itatiba Esporte Clube?
Zebra: Eu cheguei em Itatiba no meio de 2019. Eu estava no Corinthians/Guarulhos e aí mudei de trabalho e tive que alterar minha rotina e nesse meio tempo recebi uma proposta de Itatiba. Eu tinha conhecimento do projeto de Itatiba, já que sempre nos encontra-vamos em Jogos Regionais, Abertos. E quando cheguei, da maneira que fui recebido pelo professor, pelos atletas, eu me senti muito em casa, muito acolhido e isso desde o primeiro treino que eu fui, pude perceber que aqui o pessoal tem um trabalho sério e principalmente como pessoas são extraordinárias e isso me fez abraçar o projeto.
JI: Em algum momento na carreira se lembra de ter enfrentado o Itatiba EC?
Zebra: Com certeza! Eu digo que Itatiba é marcante na carreira de todos os atletas. Quem já jogou contra ou jogou por Itatiba sabe o amor que esta cidade tem pelo esporte. Isso é impressionante e acaba fazendo o atleta marcar algumas coisas. Eu lembro muito bem quando eu era das categorias de base do Pinheiros que eu vinha jogar contra Itatiba e sempre era muito dificil. Torcida sempre muito ativa, time sempre aguerrido.
JI: Por que Zebra?
Zebra: É um apelido de casa, desde criança, veio através do meu pai. Fui criado em vila e vivia brincando na rua e quando entrava em casa todo sujo, quem cuidava mais de mim era minha tia e meu primo e aí acabava apanhando e por ser muito branco, quando chorava, passava a mão no rosto e ficava tudo marcado e daí veio Zebra que meu próprio pai deu. Não era um apelido do handebol, até que um dia eu tava numa fase de seleção brasileira, meu pai me ligou e quem atendeu foi o Osvaldo, um menino que jogava comigo, porque eu tava tomando banho. Meu pai disse alô Zebra e quando desligou já começou a me chamar de Zebra. Eu não gostava muito, mas acabou ficando também no meio do handebol. Era um apelido familiar que foi para o handebol e que não consigo desvencilhar. Ninguém mais me conhece pelo nome, só pelo apelido.
JI: Depois da primeira vitória no Super Paulistão em cima de Osasco, até onde essa equipe pode chegar?
Zebra: Essa vitória contra Osasco foi muito importante para a equipe, para o ego, para o animo de cada um. A gente vinha de derrotas muito sofridas, pois sabemos que essa equipe tem muito potencial de crescimento porque ficamos praticamente 2 anos parados, voltamos num Paulista onde o ritmo é diferente, contra equipes já acostumadas com esta competição. Precisava-mos de uma vitória como essa, contra um time forte como o de Osasco e eu tenho certeza que nossa equipe tem muito potencial de crescimento ainda. Após cada treino a gente nota a evolução da equipe em todos os setores. Agora temos um encontro com Guaru-lhos, que é um time forte, com um projeto iniciado há 6 anos, não é assim uma coisa esporádica. Eu espero que a gente faça um bom jogo e se eles derem mole, nós vamos trazer essa vitória.
JI: Deixe uma mensagem para os jovens itatibenses que sonham em se tornar jogador de handebol em alto nível.
Zebra: O jovem em Itatiba já nasce com a cultura do handebol porque realmente a cidade abraça o esporte. Eu consigo ver isso, jogando hoje por Itatiba. É um projeto que a cidade inteira realmente gosta e os meninos que jogam são dedicados. Não tem muito segredo em questão de dedicação. Eu desde os meus 14 anos me dedico a isso, você vai ter que abdicar de muita coisa. Hoje o jovem tem o estudo, tem outras distrações, mas é questão de foco. Quer ser jogador? Tem que treinar e se dedicar. Tudo isso, no final, o jovem vai ver que vale a pena e eu vejo isso nos jovens de Itatiba. Eu vejo isso nos treinamentos, quando nós treinamos junto com atletas mais novos, que alguns tem potencial para ir muito longe, até em termos de seleção brasileira. É treinar muito, porque hoje o jogo é muito físico, não tem o que pensar diferente disso.