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Internações aumentam no DRS-Campinas; provedor da Santa Casa demonstra preocupação

O provedor da Santa Casa afirmou que a procura por atendimento em casos relacionados à síndrome gripal aumentou consideravelmente em uma semana

Por Redação

Foto: Lucas Selvati/JI

Da Redação

Segundo análise do Observatório PUC-Campinas, o Departamento Regional de Saúde Campinas (DRS-Campinas) apresentou 1.531 internações e 10,5 mil novos casos ocasionados pela covid-19 entre os últimos dias 16 e 22. Os números representam altas de 20% e 22,23%, respectivamente, em relação à semana anterior. Com isso, a taxa de ocupação de leitos de UTI na região volta a se aproximar de 100%.

Na Santa Casa de Itatiba, segundo informou o provedor Emerson Netto à reportagem do JI, na tarde de ontem, 17 pacientes encontravam-se internados na UTI Covid, o que representa 89% dos leitos disponíveis ocupados. Outras 16 pessoas estavam internadas na enfermaria.

Netto afirmou que a procura por atendimento em casos relacionados à síndrome gripal aumentou consideravelmente em uma semana. Ele atribui a piora no cenário a aglomerações e pede para que a população se cuide, inclusive os que já foram vacinados.

Para o infectologista da PUC, André Giglio Bueno, o agravamento da pandemia se deve às flexibilizações autorizadas pelo Governo do Estado de São Paulo, aderidas pelos municípios da região, que permitiram o funcionamento de estabelecimentos como academias, shoppings, bares e restaurantes.

“O índice de isolamento social exibiu queda expressiva após o avanço para a fase de transição. O cenário que se desenha parece deixar claro o efeito dominó provocado pela diminuição das restrições. Sem a prevenção e com a pequena fatia da população vacinada, é certa uma maior circulação do vírus, resultando no aumento da procura por atendimentos, das internações e dos novos casos e mortes”, afirmou Bueno.

Recuperação econômica

Segundo avaliação do economista Paulo Oliveira, que coordena os estudos relativos à covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas, a expansão dos casos, que pode motivar novas medidas de isolamento, ameaça atrasar a recuperação econômica na região, que apresentou indicadores positivos no primeiro trimestre deste ano.

“Até março, a região teve saldo positivo de 23,7 mil postos de trabalho, e os dados da balança comercial vêm mostrando aumentos no volume de exportações e importações, indicando uma retomada da atividade econômica. Com a possibilidade de novos fechamentos, combinada com o ritmo lento da vacinação, não há como esperar a sustentação desses indicadores”, explicou Oliveira.

O economista afirmou, ainda, que a queda na atividade deve comprometer a renda da população, já que os novos valores pagos pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda não são capazes de compensar as perdas salariais causadas pela redução de jornada ou suspensão do contrato de trabalho. “Em 2020, 60% dos acordos firmados na região foram para suspensão total da jornada. Outra fatia considerável teve 70% da carga horária reduzida. Ocorrendo um cenário parecido, o impacto para as rendas, sobretudo para salários mais altos, seria bem expressivo”.

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