Instituto Ingo Hoffmann se reinventa para atender crianças com câncer durante a pandemia
Com medidas restritivas e adaptações nos projetos de esporte e cultura, instituição foi a única em Campinas a manter as portas abertas para as famílias em tratamento oncológico no Centro Infantil Boldrini, em 2020
Foto: Juliana Leite | On Board Sports
Referência no apoio a crianças em tratamento de câncer e seus pais, o Instituto Ingo Hoffmann foi a única instituição parceira do Centro Infantil Boldrini, em Campinas, a manter as portas abertas durante todo o ano de 2020. Para enfrentar os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, teve que se reinventar. Adotou medidas restritivas, novas normas sanitárias e adaptações nas atividades esportivas e culturais. E mostrou que, com responsabilidade e sensibilidade, é possível gerar mais alegria e bem estar num momento tão delicado.
Em decorrência da pandemia, o Instituto suspendeu em março todas as atividades esportivas e culturais. A presença de visitantes e funcionários ficou mais restringida, e uso de máscaras e álcool em gel passou a ser obrigatório. Com as novas medidas, pôde manter as portas abertas a novas crianças e acompanhantes, e chega ao final de 2020 sem um único caso de Covid-19 detectado.
"Foi talvez o ano mais desafiador do Instituto Ingo Hoffmann. Foi a única casa de apoio aberta aqui em Campinas, recebendo as famílias. E, talvez porque eu seja do tipo sargento, não teve um caso de Covid-19 aqui dentro nesses sete meses. Considero isso um milagre. Porque, embora não pareça, tem muita gente no hospital, sofrendo. A pandemia está longe de acabar", analisa Regina Barsotti, coordenadora do Instituto Ingo Hoffmann.
Em setembro, o instituto encarou mais um desafio: retomar as atividades dos projetos Famílias do Instituto em Ação Esporte e Famílias do Instituto em Ação Cultura. O objetivo era combater o impacto do isolamento social sobre as famílias no momento do tratamento de câncer, com práticas esportivas e muita arte e cultura. Para isso, os dois projetos passaram por diversas adaptações, como a instalação de uma divisória de acrílico no local reservado aos educadores e artistas convidados. Além disso, as atividades deveriam respeitar o distanciamento mínimo entre as pessoas e as normas de higiene e segurança.
"Exigiu muito de nós continuar com isso aqui aberto, e manter os projetos de esporte e cultura em funcionamento. Dar um pouco de alegria às famílias foi talvez o maior desafio que tivemos este ano, e conseguimos", destacou Regina Barsotti.
Casa cheia
Por ter sido a única instituição de Campinas a permanecer atendendo as famílias em tratamento no Centro Infantil Boldrini, o Instituto Ingo Hoffmann recebeu um número maior de crianças e acompanhantes, este ano. Famílias vindas de todas as regiões do Brasil, como uma reserva indígena do Tocantins, e até outros países, como a Bolívia, ocuparam a Casa da Criança e da Família.
"Vamos fazer o balanço deste ano no início de 2021, mas com certeza os números serão bem expressivos", aponta Regina. "Esse atendimento só é possível graças ao apoio das empresas mantenedoras, de quem precisamos ainda mais agora, nesse momento delicado da pandemia."
O Instituto
O Instituto Ingo Hoffmann é uma entidade beneficente e sem fins lucrativos fundado em 31/08/2005, tendo como missão inicial proporcionar maior oportunidade de cura para crianças em tratamento de câncer, através de uma parceria com o Centro Infantil Boldrini no projeto denominado Casa de Apoio à Criança e à Família. Trata-se de um modelo de moradia temporária.
No total são 30 chalés, divididos em 10 vilas, construídos em um terreno com mais de 6.000 metros quadrados, localizado ao lado do edifício da Radioterapia do hospital. Além das acomodações, o local possui brinquedoteca, biblioteca, academia interna e externa, refeitório e lavanderia.
O objetivo da Casa da Criança e da Família é abrigar crianças em tratamento intensivo de câncer e seus acompanhantes, vindos de diversas regiões do Brasil e da América Latina para fazer tratamento no Centro Infantil Boldrini, e que não têm condições de serem mantidas por suas famílias fora de suas casas.
Mais informações em: http://www.ingohoffmann.org.br