Homem é suspeito de tentar matar a ex-esposa, que desabafa: 'não tenho mais vida'
Após ser atropelada e acusar o ex-marido pelo crime, a mulher desabafou ao dizer que a medida protetiva é insuficiente
Por Fábio Estevam
Uma mulher de 27 anos foi vítima de tentativa de homicídio na tarde desta quinta-feira (17), na avenida Presbítero Manoel Antônio Dias Filho, no bairro Residencial Jundiaí 2, em Jundiaí, ao ser atropelada por um homem que, de acordo com ela, é o ex-marido, de 40 anos, contra quem ela tem uma medida protetiva de urgência. Pouco tempo depois ele foi preso por guardas municipais e conduzido ao Plantão Policial, onde teve voz de prisão ratificada em flagrante pelo delegado Rodrigo Carvalhaes. Já nesta sexta-feira (18), ao ser submetido à audiência de custódia, o ex-marido (que negou ter atropelado a vítima), teve o flagrante convertido em prisão preventiva e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí.
De acordo com a vítima, ela havia saído de casa para comprar um salgado, e, ao atravessar a rua, foi surpreendida pelo ex-marido. "Me deparei com o carro dele em cima de mim, em alta velocidade, chegando a brecar em cima da hora. Eu tentei escapar, mas mesmo assim fui atingida na perna e caí ao solo. Depois disso os populares me socorreram. Ele (ex-marido) não falou nada pra mim, inclusive os vidros do carro estavam fechados", disse ela, que acionou a GM.
Pouco tempo depois uma viatura chegou ao local e, após colherem as características do carro que a atropelou e do ex-marido, os GMs saíram em patrulhamento, diligenciando inclusive na casa dele, onde não o encontraram. Desconfiados de que ele ainda pudesse estar transitando pelo bairro e proximidades, os guardas permaneceram em patrulhamento e logo o localizaram. Ao receber ordem de parada, o suspeito desceu do carro esbravejando e com uma garrafa de bebida alcoólica na mão, se recusando inclusive a passar por revista pessoal. Após rápida conversa, ele cedeu e foi revistado, assim como o carro, onde os agentes localizaram uma porção de cocaína.
Questionado sobre o atropelamento, ele negou o crime. De qualquer forma, recebeu voz de prisão e foi conduzido ao Plantão Policial, onde o delegado Carvalhaes ratificou o flagrante, inclusive registrando a quebra de medida protetiva e o autuando por tentativa de homicídio, violência doméstica e posse de drogas.
DESABAFO
Em seu depoimento ao delegado Carvalhaes, a vítima demonstrou medo de ser morta por ele, com base no relacionamento tóxico que manteve com o indiciado, bem como por mais esta tentativa de matá-la. "Eu tenho certeza que ele estava me seguindo, inclusive vi algumas imagens de segurança nesse sentido. Portanto, afirmo que ele fez tudo isso de propósito, não foi 'sem querer'. Não é a primeira vez que ele tenta me atropelar. Não fiz nada, não tenho contato nenhum com ele. Temos um filho em comum. Já nos divorciamos e estamos discutindo a guarda. Ele vive me perseguindo, a questão do nosso filho, eu trato com minha sogra. Ele me dá medo, tenho pavor, ele já cortou minha mão com faca, tenho a cicatriz. Ele já me ameaçou mais de uma vez. Não posso sair na rua sozinha, não saio mais à noite, não tenho vida. Acrescento que minha medida protetiva é insuficiente, não basta que ele não fale comigo, é preciso que ele não chegue perto de mim".
O depoimento dela também foi analisado durante audiência de custódia nesta sexta-feira (18), ajudando para que o flagrante fosse convertido e preventiva, mantendo-o preso.
* com informações do Jornal de Jundiaí