Hoje é Dia: bioma Cerrado, berço das águas, é celebrado neste domingo
Semana também lembra aniversário de Juscelino Kubitschek
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Por Luiz Claudio Ferreira, repórter da Agência Brasil
Pequi, jatobá, araticum, baru, murici, goiaba, graviola, mangaba, buritis, ipês... Mesmo com tantas cores, cheiros ou sabores que se encontram no Cerrado, há quem não reconheça toda a importância estratégica desse bioma para o País. Neste domingo (11), é Dia do Cerrado, e que será motivação de mais reflexões sobre preservação contra poluição e desmatamento.
Não pode ser reconhecido apenas como uma vegetação de savana cinza. Na prosa, João Guimarães Rosa celebrou o Cerrado como um verdadeiro personagem, por exemplo, em Grande Sertão: Veredas (publicado em 1956). O escritor mineiro destacou, já naquela altura do século 20, que a profusão natural deveria ser especialmente protegida porque poderia estar ameaçada.
Foto: Arquivo/Agência Brasil
O oásis das veredas, área encharcada anunciada por buritis, não podia ser soterrada pelos latifúndios. Um bioma que não tem a mesma opulência de árvores altas como a Floresta Amazônica acaba não tendo a mesma visibilidade ou conhecimento da população. Como diz o poeta radicado no Cerrado de Brasília, Nicolas Behr: “Nem tudo que é torto é errado/ veja as pernas do Garrincha/ e as árvores do Cerrado"
A importância do bioma de árvores de raízes profundas, que está em 15 estados brasileiros, em 22% do território nacional e que alimenta oito das 12 grandes bacias hidrográficas brasileiras, pode ser mais conhecida em materiais jornalísticos e programas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Especialistas ouvidos para estes materiais explicam que a vegetação do Cerrado absorve a água da chuva e a deposita em reservas subterrâneas, os aquíferos. Por isso, o bioma é considerado o berço das águas.
Há cinco anos, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, destacou Um gole de Cerrado, com ênfase para o fato que é no bioma em que nascem as águas das bacias dos rios Tocantins, Parnaíba e São Francisco. Ao mesmo tempo, alertava para os riscos de deterioração pela ocupação desordenada do solo e desmatamento por conta da construção de cidades e ferrovias, por exemplo, ou pelas atividades econômicas, como a agropecuária. O programa estimou que pelo menos 50% da vegetação nativa foi destruída desde os anos 1970.
120 anos de Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek, Brasília - Divulgação Governo Federal
Por falar em Cerrado, outra data que deve ser lembrada nesta semana é a de nascimento (há 120 anos) do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), que levou a capital para Brasília. No acervo das Rádios EBC, há relíquias históricas, como o episódio do Histórias do Frazão, em que ele canta "Elvira, escuta", uma serenata à moda antiga.
Nesta semana ainda (no dia 16), outra data ligada ao meio ambiente é tema de reflexão: o Dia Internacional para a Proteção da Camada de Ozônio. Esse filtro natural interfere no nosso dia a dia. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta. Saiba mais sobre o tema aqui.