Há 42 anos, Guarani conquistava campeonato brasileiro
A realização ainda pulsa dentro do coração bugrino com muita força e muito vigor, diz escritor
Há exatamente 42 anos, o Guarani conquistava o título brasileiro que marcou a sua história centenária, graças a um esquadrão comandado pelo saudoso técnico Carlos Alberto Silva que está até hoje na ponta da língua do torcedor bugrino: Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon; Capitão, Careca e Bozó. Ainda hoje, o Guarani é o único time do interior a conquistar um título nacional.
No Campeonato Brasileiro de 1978, a campanha do Guarani no mata-mata foi impecável. Nas quartas de final, o Bugre despachou o Sport Recife, a primeira por 2 a 0, em Recife, e a segunda por 4 a 0, em casa. Na semifinal, o Vasco da Gama ficou pelo caminho: 2 a 0 em Campinas e 2 a 1 no Maracanã. Já na grande decisão, foram duas vitórias por 1 a 0 sobre o Palmeiras. No primeiro jogo da final, disputado no estádio Morumbi, em São Paulo, diante de pouco mais de 100 mil torcedores, o gol da vitória bugrina foi marcado pelo meia Zenon. Já no segundo e decisivo duelo, realizado no Brinco de Ouro, o gol do título coube ao atacante Careca, à época um jovem de 17 anos.
"Foi uma conquista épica de um clube do interior, tirando a possibilidade de muitos grandes clubes do futebol brasileiro serem campeões naquele ano. Tivemos uma performance e um rendimento fantásticos. Foi uma trajetória magnífica, com 11 vitórias consecutivas, recorde que até ninguém conseguiu bater, o que tornou possível eliminar fortes candidatos ao título com muita humildade, com 10 garotos das categorias de base no elenco, sendo 4 ou 5 jogando. Foi realmente um negócio muito marcante eternizado com um título que dificilmente vai acontecer de novo", afirma Zenon.
Segundo o campeão de 78, a vitória por 3 a 0 sobre o Internacional, em pleno Beira-Rio, pela fase de grupos da competição, foi um divisor de águas naquela campanha que terminou com o troféu. "Para mim, foi esse jogo que nos deu a esperança e a confiança de que poderíamos chegar à final, afinal o Inter era candidatíssimo ao título. Nós demos uma aula de futebol e o placar justo seria uns 10 a 0", brinca Zenon. "Muitas portas se abriram de grandes clubes para todos aqueles jogadores", conclui.
O jornalista e escritor bugrino Luiz Roberto Saviani Rey era um dos 27 mil torcedores que estavam presentes no Brinco de Ouro naquela histórica noite de 13 de agosto de 1978. Para ele, foi a maior vibração que presenciou em um estádio de futebol. "Foi um dia de glória para a torcida do Guarani. É um momento inesquecível que pulsa ainda dentro do coração bugrino com muita força e muito vigor, apesar do tempo que decorreu de lá pra cá. Nós, torcedores, nunca esqueceremos daquela conquista. Foi uma coisa maravilhosa aquele gol do Careca e a vibração do estádio, que está até hoje na minha cabeça. Já estive no Maracanã, no Pacaembu, no Mineirão e em outros grandes estádios do brasil, mas não me lembro nunca na minha vida de ter vibrado com tanta emoção", afirma Saviani, autor dos livros "A Maldição dos Eternos Domingos sem Derby" (1996) e "Guarani em Noite de Gala: 5 a 1 no Santos com Baile dos Meninos" (2019).
Fonte - Agência Anhanguera