Grêmio do Centro em Jundiaí vai a leilão por R$ 12 milhões
Visando saldar dívidas e investir na sede de campo, conselhos optaram pela venda do espaço com piscinas, salão e prédio
Por Nathalia Sousa
A sede central do clube Grêmio será leiloada no dia 1º de dezembro com lance inicial em R$ 12 milhões. O leilão é particular e tem por objetivo a arrecadação para quitar dívidas e investir na sede de campo, que fica no Caxambu. No fim do ano passado, o clube anunciou a desativação da sede central, mantendo apenas as locações para eventos. No entanto, a receita do clube não vem sendo suficiente para arcar com as despesas e o leilão ocorre de forma preventiva.
Presidente do Grêmio, José Roberto Boni diz que a prioridade é saldar a dívida do clube, de pouco mais de R$ 1 milhão. "A dívida é talvez 5%, 8% do valor do prédio. Como não temos receita suficiente, a expectativa do leilão é a melhor possível. Partimos de R$ 12 milhões e acredito que o arremate chegue em torno de R$ 17 milhões. Nossa primeira ação é saldar as dívidas com credores, funcionários, deixar tudo em ordem com o município, e fazer benfeitorias na sede de campo. Talvez aquecer uma piscina, construir um ginásio coberto, melhorar o salão de eventos. Vamos nos reunir para discutir isso."
Boni conta que a pandemia foi muito ruim para clubes e a situação levou à necessidade da venda do prédio do Centro. "Já desativamos uma das sedes porque não tinha condição de conduzir as duas. Teve a pandemia, depois a guerra, enfim... O que tínhamos de reserva não foi suficiente e, com o fechamento da sede central, também perdemos alguns associados. Mas acredito que isso aconteça em função de várias coisas, o clube hoje é uma futilidade. Embora a mensalidade esteja em conta, para muitos é um custo."
"Queremos honrar todos os nossos compromissos. Foi feita uma avaliação oficial para não pairar dúvidas e faremos o leilão. Espero que possamos ter este dinheiro também para aplicar no clube de campo e atrair mais sócios. Vamos nos desfazer de uma sede, mas não deixar de investir na outra. Continuamos com toda a transparência e credibilidade e nossa diretoria não é remunerada, todos trabalham porque gostam", diz o presidente, ressaltando ainda que o clube celebra nesta sexta-feira (11) os 122 anos de história, com um baile na sede central, e segue na ativa.
LANCE
Leiloeiro da Big Leilão, que faz o certame, Raphael Yarid diz que já é possível dar lances on-line, mas que o leilão será de fato no dia 1º. "O leilão é comercial, feito em caráter preventivo, porque o clube tem algumas dívidas que são inferiores ao valor do patrimônio. Mas a arrecadação do clube hoje não permite sanar. Deliberaram a venda da sede central, porque a sede de campo não teria essa possibilidade."
O leileiro diz ainda que há boas expectativas de venda. "Colocaram o valor inicial abaixo do de mercado para se tornar atrativo. Também é um imóvel bem específico, dificilmente será usado para um clube. O mais provável é que se torne um empreendimento comercial, por conta da localização."
HISTÓRIA
Outro clube que marcou época em Jundiaí e hoje está a espera de leilão é o Ipiranga, na avenida São Paulo. Fechado desde 2019, houve uma tentativa de leilão do prédio, na Vila São Paulo, em setembro deste ano, com lance inicial de R$ 2,8 milhões. Porém, não houve arremate. Segundo a Picelli Leilões, que organizou o certame, não há previsão de um novo leilão do local.
A avaliação do Ipiranga é o dobro, R$ 5,6 milhões, mas diferentemente do Grêmio, o Ipiranga foi a leilão judicial pela Justiça do Trabalho. O prédio fechado acabou se tornando um problema para a vizinhança ao redor.
* com informações do Jornal de Jundiaí