Governo do Estado de São Paulo anuncia leilão do Estádio da Mogiana após 19 meses de interdição
Foto: Alessandro Torres
Após quase dois anos de inatividade, o Governo do Estado de São Paulo oficializou a decisão de vender o Centro Esportivo e Recreativo de Campinas Dr. Horácio Antonio da Costa, mais conhecido como Estádio da Mogiana ou Cerecamp. O estádio, localizado no Jardim Guanabara, em Campinas, será leiloado no próximo dia 8 de outubro com um lance inicial de R$ 28,6 milhões. O edital da licitação já está disponível no site do leiloeiro Sodré Santoro e em canais oficiais do governo, como o Diário Oficial do Estado.
O imóvel, que ocupa uma área total de 26.517,50 m², está tombado pelos conselhos de preservação de patrimônio histórico Condephaat e Condepacc, o que significa que suas características originais devem ser mantidas. Mesmo em condições estruturais precárias, o Cerecamp carrega grande valor afetivo e histórico para a população de Campinas, sendo palco de inúmeras competições esportivas no passado. Nos últimos anos, o local também foi usado como área de lazer, recebendo moradores para práticas de caminhada e corrida.
A venda será realizada por meio de leilão digital, e o novo modelo adotado pelo governo segue as diretrizes da Nova Lei de Licitações e Contratos (NLLC), 14.133/21. O pagamento poderá ser parcelado em até 120 vezes, conforme o edital, que estipula que o imóvel será vendido no estado em que se encontra, sem garantias de destinação futura para atividades esportivas.
Contexto e expectativas
O Estádio da Mogiana está interditado há 19 meses devido a problemas estruturais. Em fevereiro de 2023, a secretária estadual de Esportes, coronel Helena Reis (Republicanos), visitou Campinas para discutir a situação com a Prefeitura. Na época, foram emitidas ordens para a realização de laudos técnicos, adoção de medidas emergenciais de segurança e desenvolvimento de um projeto de revitalização, em conjunto com o Condephaat. Entretanto, nenhum avanço significativo foi feito desde então, e o estado do Cerecamp continuou a se deteriorar.
O governo de São Paulo afirmou que os recursos obtidos com a venda serão usados para “otimizar os recursos públicos e promover o desenvolvimento urbano, econômico e de políticas públicas na região”. No entanto, ainda não há garantias de que o local permanecerá dedicado ao esporte, uma preocupação para moradores e especialistas em preservação do patrimônio.
Desafios e futuro do patrimônio
Além do interesse econômico gerado pela localização privilegiada do estádio, sua condição de imóvel tombado impõe desafios à iniciativa privada, que deverá seguir restrições rígidas para qualquer reforma ou readequação. O fato de ser um bem protegido pode limitar as possibilidades de exploração comercial do local, mas também oferece a oportunidade de manter vivo o legado histórico e esportivo da região.
O futuro do Estádio da Mogiana segue incerto, e a expectativa agora é sobre quem será o comprador e quais serão seus planos para o imóvel. A venda, porém, simboliza o fim de uma era para um dos espaços mais emblemáticos de Campinas.
* com informações do Jornal Correio Popular