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Por Roberto

Fuvest: livros escritos por mulheres vão compor lista obrigatória entre 2026 e 2028

Novo catálogo é composto apenas por autoras de língua portuguesa e contempla escritoras brasileiras e estrangeiras

Por Roberto

Foto: Govesp

A Fuvest, responsável pelo vestibular para ingresso na USP, divulgou uma nova lista de leituras obrigatórias para o exame a partir de 2026. A novo catálogo é composto somente por mulheres autoras de língua portuguesa entre as edições de 2026 e 2028 do exame, contemplando as escritoras brasileiras e estrangeiras Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.

A renovação se justifica pela necessidade de se valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras.

“Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres”, ressalta a presidente do Conselho Curador da Fuvest e vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda. Aluísio Cotrim Segurado, Pró-Reitor de Graduação da USP e membro do Conselho da Fundação, acrescenta: “É uma mudança corajosa, necessária, mas que não se afasta da qualidade que a lista da Fuvest sempre teve”.

A partir de 2029, autores da literatura brasileira e de língua portuguesa voltam a aparecer na lista: Machado de Assis, Erico Verissimo e Luís Bernardo Honwana foram os escolhidos. Este será um ano em que a lista conterá quatro obras escritas por autoras e autores negros. Além disso, Incidente em Antares, de Erico Verissimo, foi uma obra escolhida por se tratar de um representante da literatura fantástica, uma novidade no vestibular.

Segundo Gustavo Ferraz de Campos Monaco, diretor executivo da Fuvest, a escolha pelo predomínio de autoras mulheres na nova lista não nega a literatura feita por homens, que é e continuará a ser essencial: “Trata-se, antes, de trazer a público e valorizar o que, muitas vezes, ainda não se conhece, e de destacar a importância das mulheres no cânone, em diferentes períodos históricos, nos mais variados gêneros literários, com perspectivas diversas. Esta é, assim, uma lista que posiciona a literatura como uma ferramenta de reflexão e transformação social”.

Para Monaco, o fato de a nova lista apresentar obras a partir do período do Romantismo em diante não impactará a maioria dos candidatos que prestarão o vestibular pela primeira vez na edição de 2026: “Esses estudantes estão terminando o primeiro ano, fase em que a análise literária escolar costuma avançar até o Arcadismo. Romantismo e Realismo são os principais movimentos literários analisados no segundo ano do ensino médio e, assim, as escolas terão tempo de introduzir essas obras ainda no curso de 2024”.

As obras de leitura obrigatória para o vestibular de 2025 continuam as mesmas já anunciadas pelos organizadores da prova: Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga), Quincas Borba (Machado de Assis), Os Ratos (Dyonélio Machado), Alguma Poesia (Carlos Drummond de Andrade), A Ilustre Casa de Ramires (Eça de Queirós), Nós Matamos o Cão Tinhoso! (Luís Bernardo Honwana), Água Funda (Ruth Guimarães), Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles) e Dois Irmãos (Milton Hatoum).

Obras de leitura obrigatória 2026-2029

Os destaques em negrito referem-se às obras novas em cada ano em comparação com a lista do ano anterior.

2026

Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2027

Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2028

Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
A paixão segundo G. H. (1964) – Clarice Lispector
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
2029

Conselhos à minha filha (1842) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
D. Casmurro (1899) – Machado de Assis
João Miguel (1932) – Rachel de Queiroz
Nós matamos o cão tinhoso! (1964) – Luís Bernardo Honwana
Geografia (1967) – Sophia de Mello Breyner Andresen
Incidente em Antares (1970) – Erico Verissimo
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

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