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Por Redação

Frente Parlamentar promove discussão sobre Transtorno do Espectro Autista

O mês de abril é dedicado a ações de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Por Redação

Foto: Karen Menegheti e Thaís Araújo

Da Redação

A Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência Física e Doenças Raras da Câmara Municipal de Itatiba promoveu, na noite da última terça-feira, 19, fórum de debates sobre o autismo. O mês de abril é dedicado a ações de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Conduziram a conversa Caio Arato, mestre em Saúde Coletiva e gerente administrativo da FUABC; Kelly Vigato, coordenadora de Educação da APAE; Paula Zarili, fonoaudióloga especialista em Psicomotricidades no TEA; e Marcela Spineli, formada em Odontologia e mãe atípica.  

Estiveram presentes o prefeito Thomás Capeletto; os vereadores que integram a Frente: o coordenador Juninho Parodi, que liderou os trabalhos; e os membros Washington Bortolossi e Willian Soares, além de Dr. Ulisses.

Debates

Caio Arato falou sobre a Portaria do Ministério da Saúde 793/2012, que institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. A portaria determina que a Rede é instituída a partir da “criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente e contínua no âmbito do SUS”. Nesse sentido, a Fundação do ABC tem buscado facilitar o treinamento de profissionais da saúde, como no caso de encaminhamento de pacientes do SUS para a APAE, disse Caio, destacando a importância da coordenação entre os órgãos e sociedade civil. “Uma política se constrói somente quando a população entende o real problema”, afirmou.

Kelly Vigato explicou que, segundo o DSM-5 — Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, “o Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. Sendo assim, essas três características são essenciais para o diagnóstico do paciente com TEA”. Ela ressaltou a importância de identificar os comportamentos repetitivos e tentar adaptá-los ao ambiente, para que possam reduzir a ansiedade. Por fim, enfatizou a questão do acolhimento em todas as instâncias: família, escola, amigos e profissionais da saúde. 

Paula Zarili trouxe estatísticas sobre o crescimento de pacientes com TEA nos últimos anos, citando o exemplo dos Estados Unidos. Em 2021, o país teve uma em cada 44 pessoas diagnosticada com TEA. Ela explicou sobre o desafio da comunicação, mecanismo complexo que envolve o relacionamento interpessoal e a troca de informações de forma verbal ou não verbal. “Para pessoas com TEA, as dificuldades podem permanecer ao longo da vida. Os objetivos de se diagnosticar e intervir precocemente são da promoção de maior qualidade de vida e maior integração à sociedade”, disse a fonoaudióloga.

Por fim, Marcela Spineli relatou o lado familiar que envolve o autismo. Ela integra um grupo de 64 pais de filhos com TEA, no qual compartilham experiências pessoais. Evidenciou também a importância de se analisar cada caso individualmente, evitando estereótipos – seu filho, por exemplo, socializa muito bem e olha nos olhos das pessoas. “Eu sou um fragmento desse grupo. A gente precisa ouvir todos os pais e suas experiências”, disse. Marcela também expôs problemas enfrentados pela exclusão social de crianças com TEA, além de dificuldades como conseguir autorização para estacionamento em vaga específica. Ela clama por uma educação mais inclusiva e atendimento de terapia assistida na rede pública após o paciente completar 12 anos. 

Thomás Capeletto parabenizou a Frente, o público presente e os palestrantes pelo debate. “A gente tem que buscar cada vez mais informações sobre o autismo. As crianças nessa condição necessitam de amparo e inclusão, sem nenhum tipo de preconceito. A Prefeitura criou núcleo exclusivo para tratar do autismo, capacitando profissionais”, disse. 

Finalizando o evento, Juninho Parodi agradeceu a todos pela presença. “Obrigado pelo conhecimento que nos foi passado e os motivos para batalharmos por melhoras. Enquanto Legislativo, temos um desafio muito grande de tentar melhorar essa situação. A questão das leis é só um começo. Nesse sentido, a Frente Parlamentar busca também pela ajuda do Executivo e Judiciário”, declarou. 

Sobre a Frente Parlamentar

Compõem a Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência Física e Doenças Raras os vereadores Juninho Parodi (Avante) – coordenador, José Roberto Feitosa (União Brasil), Leila Bedani (PSDB), Washington Bortolossi (Cidadania) e Willian Soares (Solidariedade).

 

 

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