Fotógrafo Rodrigo Mazzola, de Itatiba, conquista primeiro lugar no Brasília Photo Show 2021
Ao JI, Rodrigo ressaltou a dificuldade do concurso, que teve cerca de 17 mil fotos inscritas, sendo que sua categoria era considerada a principal
Foto: Divulgação
O fotógrafo Rodrigo Mazzola, de 38 anos, natural de Bragança Paulista e que mora em Itatiba há dez anos, foi premiado recentemente no festival Brasília Photo Show 2021, considerado o maior da América Latina, equivalente ao Oscar da fotografia no Brasil. Rodrigo conquistou o primeiro lugar na categoria National Park, com uma foto tirada na Patagônica (Montanha Dourada), em uma viagem de férias com sua esposa.
Em entrevista ao JI, Rodrigo disse que no dia da live do festival, quando os ganhadores foram divulgados, ele estava fotografando uma apresentação de ballet no Itatiba E.C. e ficou sabendo que havia ganhado a estatueta quando estava no meio do palco do clube. "Ao mesmo tempo que não acreditava naquilo, precisava continuar fazendo meu trabalho (...) a emoção tomou conta de mim, e é fruto de muito trabalho e reconhecimento. Posso dizer que a estatueta vai vir para Itatiba".
Rodrigo ressaltou a dificuldade do concurso, que teve cerca de 17 mil fotos inscritas, sendo que sua categoria era considerada a principal. "Além de ser difícil de entrar nesse festival e ganhar uma medalha ou menção honrosa, ganhar a estatueta para um fotógrafo é muito especial". A conquista rendeu a Rodrigo uma viagem com tudo pago para Fernando de Noronha.
Salões internacionais e concurso JI
Rodrigo relatou que participa de salões internacionais por conta da Federação Internacional de Fotografia, que abre concursos em vários países. Ele comentou que tem fotos expostas em Nova Délhi, Nova York, Grécia, Viena e Paris, além de fotos publicadas em revistas especializadas, como a Fotografe Melhor, Creative Light (Inglaterra) e Digital Camera World, e também em sites como o da National Geografic.
Ele também já participou de concursos fotográficos realizados pelo JI. Em quatro ou cinco oportunidades, ficou entre os dez primeiros colocados. "Eu sempre participava dos concursos do JI, eu gostava bastante, poderia voltar a ser realizado", disse.
História da foto vencedora
“Eu e minha esposa combinamos que a cada ano um escolheria o destino para nossas tão sonhadas férias. Bom, já se sabe que minha preferência sempre foi lugares totalmente diferentes dos desejados para tais descansos. Montanhas, grutas, região do pantanal etc. Onde há vida selvagem sempre foram as minhas opções. Já a minha esposa é da praia, do calor, de sombra e água fresca. Só que dessa vez a escolha era minha. Patagônia era o destino! Um lugar mágico de uma beleza literalmente grandiosa. Sonhava com ela.
Pois bem, embora seja um lugar diferente dos padrões de minha esposa, a minha sorte é que ela sempre topa tudo. Alugamos um carro em El Calafate na Argentina, com destino ao parque Torres Del Paine. Uma viagem de quase seis horas em estradas vazias e paisagens desérticas. Havíamos nos programado para fazer uma parada para abastecimento no meio do caminho, uma vez que dentro do parque não havia combustível! Para nosso desespero e nem tanta surpresa, o posto estava fechado. Talvez fosse um incentivo para deixarmos o carro parado no hotel e fazer a maioria dos passeios caminhando.
Um desse trekking era subir a montanha que leva o nome do Parque: Torres Del Paine. Foram quase dez horas (ida e volta). O trajeto é desafiador, mas é deslumbrante. A cada pausa um respiro e um clique. Ah, e algumas reclamações, é claro! “Por que isso? Pra que isso? Olha essa altura. Que frio! Que vento é esse? Estou com fome! Podíamos estar no hotel, tomando um vinho, um chocolate quente sentado no sofá e olhando as montanhas pela janela.” Mas com todos esses questionamentos a minha parceira não desiste e assim continuamos. Em certo ponto, faltando alguns metros ainda para chegar, porém os mais difíceis, tanto pela exaustão quanto pela inclinação e irregularidade do terreno, encontrávamos alguns entusiastas já retornando que nos incentivaram, que estava quase chegando. Faltava pouco! Foi então que paramos e consideramos a possibilidade de voltar. Já aproveitamos o caminho. Naquele momento era mais razão do que emoção. Ela sentou, respirou e disse: “Vamos! Falta pouco e já vejo a base da Torre”.
Seguimos em frente, e os questionamentos voltaram: “Espero que seja lindo lá! Que faça valer a pena. Tenho certeza que um dia virá coisas boas com tudo isso”. Enfim, conquistamos a base! Estava tão frio, tão frio, o vento quase cortava como se fosse lâminas afiadas. Paramos cinco minutos, estáticos com aquela imensidão toda. Agradecemos, os olhos encheram de lágrimas, coração de gratidão e o corpo de dever cumprido.
Quase como uma previsão de uma vidente, a foto que foi premiada com a estatueta de primeiro lugar na categoria National Park do maior festival de fotografia da América Latina foi uma imagem de tantas outras que fotografei no meio do caminho. A natureza é impressionante, é grandiosa!
E adivinhem o prêmio que ganhamos com essa conquista? Uma viagem para a ilha de Fernando de Noronha. A tal da praia que ela tanto ama e que agora vai poder descansar daquela montanha inspiradora. Obrigado Brasília Photo Show pela oportunidade de tantos fotógrafos profissionais e amadores de mostrarem seus trabalhos e obrigado também “Um Dia No Parque” pelo prêmio mais que especial pra mim e também para ela”. Rodrigo Mazzola