Filhote de cervo nasce no Zooparque em Itatiba
O cervo-do-pantanal é o maior cervídeo da América do Sul e vive nas regiões de várzeas de rios
Foto: Divulgação/Zooparque
Da Redação
Mais uma vez o Zooparque Itatiba registrou o nascimento de um macho de cervo-do-pantanal, uma espécie nativa da fauna brasileira e que está vulnerável à extinção na natureza. O filhote nasceu às 20h44 do último dia 22. O parto ocorreu de forma natural e o cervinho veio ao mundo cheio de saúde.
O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é o maior cervídeo da América do Sul e vive nas regiões de várzeas de rios. No Brasil, a maior concentração de indivíduos é observada no bioma Pantanal e entre as principais ameaças à espécie estão as queimadas, a construção de hidrelétricas, que causa a perda de grandes áreas de habitat, o avanço de áreas agrícolas e urbanas e doenças transmitidas por criações de bovinos domésticos.
Em 2019, o Zooparque recebeu a primeira fêmea da espécie, Lina, que veio do Parque Vida Cerrado, na Bahia. O macho, Kadu, chegou em 2020, vindo do Zoológico de Sorocaba. Os animais nasceram sob os cuidados humanos em outras instituições e foram escolhidos dentro do Programa Nacional de Conservação da Espécie para a formação de casal e geração de novos descendentes no Zooparque Itatiba. O pareamento foi bem-sucedido e, já em 2021, o Zooparque comemorou o nascimento de Aurora, primeiro filhote do casal.
Cuidados
A família recebe cuidados diários da equipe do zoo e, depois que o cuidador observou a cópula dos animais, mudanças de comportamento e no corpo da Lina foram percebidas ao longo dos meses. A gestação dura entre 250 e 270 dias, e nasce apenas um filhote por vez. O pequeno cervinho nasceu pesando 4,680kg e já mostrou que é bastante manhoso.
A atenção oferecida pela equipe de cuidadores e equipe técnica foi essencial para acompanhar a saúde da mãe e o desenvolvimento do filhote durante toda a gestação. Mamãe e filhote nesses primeiros dias estão afastados da área de exposição ao público, em uma área especial de maternidade, mas logo poderão ser vistos com o resto da família. Esse isolamento inicial é importante para fortalecer o laço entre os dois e permitir que a equipe veterinária possa realizar toda a rotina pediátrica, que consiste nos exames iniciais, monitoramento dos sinais vitais e acompanhamento constante da amamentação e desenvolvimento do filhote, assegurando, assim, a saúde de ambos.
As equipes do Zooparque se revezam no monitoramento integral do filhote, observando cada movimento e atento às necessidades dos animais. Enquanto isso, o público que visita o zoo não ficará sem conhecer o cervo-do-pantanal de pertinho. Basta observar o papai Kadu e a irmãzinha Aurora, que estão no recinto, e acompanhar as redes sociais para saber a data em que a família estará reunida.
Cooperação técnica
Considerando a categoria de ameaça da espécie, se torna cada vez mais importante a participação dos zoológicos e criadouros conservacionistas em projetos de conservação. Com esse intuito, O ICMBio e a AZAB (Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil) firmaram um acordo de cooperação técnica que visa a proteção de espécies ameaçadas. O foco desse projeto iniciou em torno de 25 espécies, sendo uma delas o cervo-do-pantanal.
O Programa de Conservação da espécie existe há mais de 20 anos e hoje é coordenado dentro desse acordo o Zooparque Itatiba, na figura da sua médica veterinária, Maria Fernanda Gondim, studbook keeper. O envolvimento com esses programas de conservação e a reprodução de espécies ameaçadas no zoológico mostra como a instituição é comprometida com esse propósito.