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Por Roberto

Exposição inédita em SP tem momentos raros da vida e obra de B.B King, o rei do Blues

“B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” estreia no MIS em 26 de julho, trazendo temas de segregação e inclusão em experiência sensorial

Por Roberto

Foto: Govesp

A partir de 26 de julho, itens da vida e obra de B.B. King estarão disponíveis para visitação em uma exposição inédita dedicada ao Rei do Blues. A mostra “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar”, realizada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), Instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, pega emprestado parte do nome do disco de 1981 para tratar de temas como segregação e inclusão, proporcionando uma experiência sensorial. O projeto tem curadoria de André Sturm e Cacau Ras, consultoria de Chris Flannery, planejamento do Atelier Marko Brajovic, também responsável pelo projeto expográfico, e pesquisa e textos de Gabriela Antero.

Primeira exposição inteiramente dedicada ao artista no Brasil, o projeto traz itens históricos da vida de B.B. King. Entre os destaques, estão imagens do acervo do B.B. King Museum, de diversas fases da carreira do artista, desde o jovem Riley Ben King, aos 23 anos, com o violão Gibson L48, de Michael Ocs, até seu retrato exibindo o prêmio de Melhor Álbum de Blues Tradicional na 42ª Cerimônia do Grammy, em 2000. Além disso, a mostra ainda conta com as credenciais de todas as turnês realizadas por B.B. King no Brasil, nos últimos 30 anos, em diversos espaços e configurações, um pin exclusivo temático distribuído por ele para fãs ao final dos shows, o primeiro troféu Grammy recebido pelo cantor em 1971 e a icônica guitarra Gibson Lucille, assinada por King em seu show em São Paulo em 1993.

A trajetória de vida e superação de B.B. King é metáfora para tratar do tema maior da exposição: os preconceitos vivenciados por todos até os dias de hoje em nossa sociedade. Paralelamente à trajetória do artista, a mostra ilustra outros movimentos de luta contra a segregação ao redor do mundo, trazendo uma narrativa que se dá pela intersecção entre a vida do músico, o panorama de lutas pelo mundo e o projeto cenográfico, que narra a mudança do tempo rumo a um futuro mais plural e colorido.

Experiência sensorial

“B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” é uma experiência sensorial que percorre épocas, fatos e conteúdos da vida de B.B. King. Para a criação conceitual do projeto, foi feita uma linha do tempo e do espaço que percorre a história do artista e dos desdobramentos social e cultural da segregação, fluxo inspirado no curso meândrico do rio Mississipi –  às margens da cidade de Memphis, conhecida como a capital do blues. O rio se converte numa metáfora que traz a mistura de cores, texturas e formas no movimento contínuo da vida.

No começo da exposição, o público se depara com uma geometria preta e branca que divide e separa, representando a segregação. Pouco a pouco, essa configuração se transforma em uma paleta multicolorida da diversidade de cores e conteúdos, criando uma praça que celebra a diversidade e convida ao diálogo, sem esquecer do que ainda precisa ser superado.

Rei do Blues

B.B. King é surpreendido com um bolo de aniversário no programa de televisão American Bandstand, em 1979. Ao seu lado, está o apresentador Dick Clark. Cortesia B.B. King Museum.

B.B. King é o nome artístico de Riley Ben King, nasceu em 16 de setembro de 1925, em Berclair, no Mississipi (EUA), e morreu em 15 de maio de 2015, aos 89 anos. Sua infância nas plantações de algodão, o surgimento do blues e sua consagração como uma lenda do gênero estão dentro do contexto da segregação, uma separação causada pelos interesses políticos e econômicos da elite branca racista dos EUA, e legalizada até os anos 1960.

O cantor era conhecido como Rei do Blues e considerado o maior guitarrista do gênero de sua geração. Em quase sessenta anos de carreira, B.B. King gravou mais de cinquenta discos. Entre seus hits, estão “Three O’Clock Blues”, “The Thrill Is Gone”, “Please Love Me” e muitas outras canções que marcaram gerações. O Rei do blues influenciou grandes astros da música, como Jimi Hendrix e Carlos Santana.

Um artista que desde cedo sentiu as duras condições da segregação norte-americana e alcançou o sucesso promovendo a cultura negra, tendo recebido grande reconhecimento em vida. Ele foi premiado com a medalha presidencial, o prêmio Kennedy e quinze Grammys. Em 2008, foi criado o B.B. King Museum no Mississippi, com um grande acervo sobre a vida do artista.

Serviço | “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar”

Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br

Abertura: 26 de julho

Horários: terças a sextas, das 11h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) | Entrada gratuita às terças

A exposição “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar” tem curadoria de André Sturm e Cacau Ras, consultoria de Chris Flannery, planejamento e projeto expográfico da Atelier Marko Brajovic, pesquisa e textos de Gabriela Antero e apoio cultural do B.B King Museum e Bourbon Street.

A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas  de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

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