Estado de SP registra aumento nos atendimentos por acidentes com linhas de cerol
Foto: Reprodução/EPTV
Motoqueiro, ciclista e pedestres são as principais vítimas do cerol nas linhas de pipas. O artefato, feito de cola e vidro moído, é praticamente invisível a olho nu e pode causar ferimentos e cortes profundos, resultando até mesmo em mortes.
O perigo costuma atingir também as crianças, que por vezes estão expostas brincando na rua e podem não perceber a linha, ou identificar uma pipa enroscada.
Foi o caso da pequena Helena, de 8 anos, que teve um corte grave com uma linha que estava pendurada no poste. A criança andava de bicicleta perto de casa quando o acidente aconteceu. Foram 5 meses internada e duas cirurgias. A mãe Carlene Santos Ferreira diz que o susto foi grande.
O ferimento causado pela linha de pipa mudou a rotina de toda a família. O pai Valdecir Ferreira precisou sair do emprego.
No Estado de São Paulo, entre janeiro e maio de 2023, foram registrados 555 atendimentos ambulatoriais por objetos cortantes. No mesmo período deste ano, o número aumentou para 1.326, representando um crescimento de 139%.
Para motoqueiros, quando atingidos pelo cerol, com influência da velocidade, por exemplo, o ferimento pode ser ainda mais grave e profundo. São inúmeros os riscos, como hemorragia, ao lesionar vasos importantes. O médico cirurgião de trauma da Unicamp, Gustavo Fraga, diz que o atendimento precisa ser o mais rápido possível.
Quem já passou por uma situação com cerol, não esquece. O gerente José Alexandre da Silva foi salvo pelo capacete. A linha cortou o rosto abaixo do nariz.
O carpinteiro José Duarte Neto colocou duas antenas na motocicleta depois de acidentes.
Cerol e outras linhas cortantes são proibidas no Estado de São Paulo. A lei proíbe o uso, a fabricação e a comercialização do produto.
* com informações da Rádio CBN Campinas